Beatriz a segura por trás e diz:
- Minha irmã não faça isso!
- Eu te odeio. – Mateus diz a
mãe, ocultando o seu rosto. - Nunca mais eu quero te ver.
- Desculpa, filho! Você provocou
isso.- Responde Betina.
- Fora da minha frente! -Ele
grita.
Beatriz leva a irmã pra fora e
deixa Mateus no quarto.
- Eu odeio a senhora. Eu odeio. -Ele
fala alto, com as mãos tapando seus ouvidos.
Beatriz fica tensa com aquela
situação e Betina fica cheio de raiva.
Nesse momento, um pressentimento
bate no coração de Martha que desperta de um cochilo.
- Ah, o que houve?
- Senhora, está tudo bem? - Pergunta
a empregada Dulce.
- Sim. Eu acabei dormindo.
- Eu vi. Não quis assustá-la.
- Não me assustou. O que está
fazendo?
- Eu decidi fazer o bolo que a
senhora mandou.
- Me esqueci completamente.
- Tem certeza que a senhora está
bem mesmo?
- Sim, eu estou. A discussão com
a minha mãe me deixou bastante confusa.
- Senhora, eu conheço uma pessoa
que pode lhe ajudar á procurar seu filho.
- Quem? - Ela tira um café pra
beber.
- Se a senhora acreditasse, eu a
indicava.
- Não vai me dizer da vidente
outra vez, né?
- Mas é dela mesma que eu estou
falando.
- Eu já te disse que eu não
acredito nessas previsões.
- Senhora, tenta. Talvez ela a
ajude. Quem sabe o seu filho não está perto daqui.
- Tudo bem! Mas eu vou pensar no
assunto, ok!
- Pensa com carinho, senhora. Ela
resolverá tudo.
- Mesmo assim, não acredito em
previsões, mas quem sabe, um dia, eu não posso acreditar, né? -Diz Martha,
tomando um gole de café.
Mariana chega do hospital irada,
fechando a porta com toda a força e Martha a estranha. A empregada fica
assustada.
- Oh meu padre Cícero, o que
houve com essa menina benza Deus? -Diz a empregada.
- O que houve? - Pergunta Martha.
- Aquela infeliz da Sandra outra
vez!-Responde Mariana.
- Acho que você entrou num grande
problema, filha.
- Mas isso não vai ficar assim,
não. Eu vou fazer de tudo pra não perder o meu emprego na clínica. -Diz
Mariana, que se recolhe aos braços da mãe.
- Fica tranquila filha! Tudo vai
dar certo. -Diz Martha passando a mão em seus cabelos.
Adalberto encontra Vera em seu
escritório.
- Você ainda por aqui? Pensei que
estivesse em casa.
- Adalberto, eu preciso de um
favor seu.
- Fale, Vera!
- Eu quero que você comece a
jogar pesado contra Rubens.
- O que foi que ele fez agora?
- Ele não fez, mas se você der
bobeira, ele vai fazer.
- O que está dizendo?
- Adalberto, meu genro. Abra os
olhos com Rubens, pois ele está de olho no seu bem mais precioso.
- Vera, você está achando que ele
quer pegar a minha mulher?
Vera sorri escancaradamente e
diz:
- Por que? Você não acha o mesmo
que eu? Eles foram namorados no início.
- Foi bem antes do meu casamento.
Não devem ter nenhum sentimento oposto do que uma simples amizade.
- Então, por que ele voltou a
freqüentar a minha casa de novo? - Pergunta ela, deixando ele sério.
Adalberto soca a mão contra a
parede e olha para Vera sério.
- Você a viu com ela? - Pergunta
ele.
- Não. Mas eu sinto que ela ainda
gosta dele.
- Não é possível! Martha é minha
mulher e me deve respeito. Ela jamais voltaria a pensar nessa hipótese outra
vez.
- Deixa de ser idiota Adalberto!
Rubens e minha filha já tiveram um caso no começo. Ela nunca esqueceu ele e
vice versa. Minha filha se casou com você sem sentimento algum. - Diz Vera
falando alto e deixando ele transtornado.
Augusta ouve boatos dos vizinhos
sobre a visita do prefeito na sua rua e decide perguntar.
- Mas ele vem mesmo?
- É claro, amiga. Ele vai fazer
uma visita naquela Pestalozzi que abriram perto daqui.
- Então é a minha chance. Eu vou
falar com ele sobre a minha casa, que está rachando e sofrendo com alagamentos.
- Augusta, ele vai vir aqui por
outro motivo.
- Não importa. Eu vou pedir uma
casa nova á ele. -Diz a ansiosa mulher, esperançosa e crente de que vai
conseguir algo com ele.
Os vizinhos se entreolham
quietos.
Enquanto isso, Beth faz o almoço
quando Vívian chega.
- O seu filho está?
- Não. Ele acabou de sair. Mas
foi bom você ter vindo. Quer almoçar comigo?
- Não. Obrigada. Eu só vim falar
com o Carlos.
- Vívian, também queria falar
contigo.
- Sim. Diga! - Ela senta ao seu
lado.
- Não está na hora de você deixar
o clube?
- Como assim, Beth?
- Veja bem. O meu filho não
concorda com o seu trabalho. Eu vejo nos olhos dele o quanto sofre por ver a
noiva dançando pra outros homens.
- É o meu trabalho, Beth.
- Existem outras oportunidades
melhores. Você poderia ser uma secretária, uma auxiliar de enfermagem, uma
lojista.
- Eu não quero outro emprego,
Beth. Tudo o que sei fazer é estar em cima de um palco.
- Sei. Dançando e se exibindo
para qualquer homem. Vívian, essa profissão não me agrada nem um pouco sabia?
- Desculpa, mas eu não escolhi a
profissão pra agradar ninguém. Só a mim mesma.
- Então, o meu filho não vai ser
feliz com você, Vívian.
- Eu e ele conversarmos á
respeito.
- E o que ele acha dessa
situação?
- Eu sei que ele não concorda,
mas pra ficar comigo, tem que aceitar o meu trabalho.
- Não sei, não. Você disse que
iria encontrar uma substituta, mas até agora, nada.
- Eu não achei ninguém que
estivesse apta á me substituir.
- O fato é que você não quer
largar o clube, Vívian. Essa é a verdade!
- Por favor, eu não quero
discutir isso.
- Vívian, eu sou mãe do Carlos.
Eu o conheço desde pequeno. Portanto, não o faça sofrer mais como ele está
sofrendo, porque se você fizer isso, eu não te perdôo e ponho você pra fora
dessa casa. -Diz ela, séria deixando a jovem com uma cara totalmente fechada.
Alguns dias depois, Marcos
encontra Vívian sentada no palco.
- Aconteceu algo, Vívian?
- Sim. Eu não estou bem.
- Eu tô vendo. O que houve?
- Sua mãe me deixou sem saída.
- O que ela disse?
- Talvez a verdade, Marcos. Eu
não mereço o seu irmão.
- Como assim? Não estou
entendendo.
- Carlos jamais vai aceitar o meu
trabalho. Eu sei que vai ser difícil contar a ele que eu não quero sair daqui.
Me entende?
- Eu entendo. Você gosta do
clube, da dança.
- Marcos, eu amo o seu irmão, mas
ele não me merece. Eu jamais sairia daqui pra escolher uma outra profissão.
Gosto do que faço.
- Então, você vai ter que dizer
isso a ele. Você precisa falar a verdade.
- Tem razão. Eu preciso. Só me
falta coragem. -Diz Vívian.
Carlos chega na hora exata e
Marcos avisa a Vívian.
- Chegou a hora. - Ele diz. - É a
sua chance!
Vivian bebe um gole de água e
respira fundo.
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