Carlos se aproxima de Vívian.
- Vívian, você está bem? - Pergunta
ele ao perceber que ela estava um pouco abatida.
- Amor, precisamos conversar e
tem que ser agora. -Diz ela.
Marcos e Carlos se entreolham.
Carlos senta ao seu lado no
palco, pergunta:
- Então, o que você tem de tão
importante pra me dizer?
Marcos decide deixa-lo a sós e
sai.
- Carlos, eu preciso que você não
leve esse assunto como um fim do nosso relacionamento. -Diz ela, com lágrimas
nos olhos.
- Vívian, o que está acontecendo,
afinal? Eu estou estranhando a sua conversa.
- Eu não quero te magoar, Carlos,
pois eu te amo muito. Você tem que acreditar no meu sentimento, pois é na base
dele, que vou revelar uma coisa muito importante.
- Você pode ser direta, por
favor!
- Eu não quero sair do clube,
Carlos.
- Você não quer sair daqui?
- Não. Na verdade, eu não
pretendo deixar o clube tão cedo. – Diz ela, deixando ele surpreso.
Carlos fica sem entender com a
atitude de Vivian.
- Mas eu não te entendo. E a
jovem que você está procurando pra pôr em seu lugar?
- Eu não procurei por ninguém
ainda e não vou procurar.
- Vívian, e o nosso noivado? Você
disse que largaria o clube pra viver do meu lado? Você mudou de idéia de
repente. Não pode ser verdade! Isso não está acontecendo!
- Amor, eu te amo, mas eu não
quero deixar o meu trabalho. Você sabe que eu gosto de dançar, que esse
trabalho me faz bem, é tudo que eu sei fazer. São quatro anos da minha vida.
- E eu, Vívian, como fico nessa
história? Você parou pra pensar em mim?
- Tenta entender, Carlos!
- Eu sou tolo em achar que você
deixaria essa vida pra se casar comigo. Como eu sou burro, meu Deus! Como eu
acreditei em você!
- Carlos, eu não queria terminar,
mas eu largar o clube, sinto muito, isso nunca vai acontecer.
- Minha mãe estava certa. Você
jamais sairia daqui mesmo. Fica se exibindo pra todos os homens dessa cidade.
- E se fosse o contrário, Carlos?
Se você gostasse muito de uma profissão e não quisesse sair dela pra viver ao
lado de uma mulher, como você reagiria? O que você faria, Carlos? Você largaria
seu trabalho por mim? Aqui é a minha vida e eu sou feliz por estar aqui.
- É claro que eu largaria,
Vívian. Só que nosso caso é outro. Você vai se casar comigo, pôxa. Eu não vou
permitir que mulher minha fique dançando num clube só pra divertir os caras da
cidade. Isso é uma ofensa!
- Você sempre vê algo de errado
em mim. Carlos, não se esqueça que foi nesse clube que nós nos conhecemos. Foi
aqui que as nossas vidas se encontraram pela primeira vez.
- Eu me lembro disso, Vívian.
- Então, por que a paranóia? É o
meu trabalho! É a minha vida! É a minha carreira que está em jogo.
- Eu preciso pensar, Vívian. Eu
preciso refletir bem sobre nós dois. Preciso pensar no que fazer a partir de
hoje.
- Eu lhe disse. Eu não queria me
afastar de você mas se o problema continuar sendo o meu trabalho, aí fica
difícil ficarmos juntos.
- Você quer terminar? Está certa
disso?
- No fundo não quero, Carlos.
Você sabe que eu te amo, mas...
- Então, me deixa pensar. Só
isso! -Ele sai, de cabeça baixa e a deixa sozinha por alguns instantes.
Vívian levanta a cabeça e sente
um alívio.
De repente, Marcos volta.
- E então?
- Como é difícil fazê-lo
entender.
- Não fique assim. Vocês dois vão
se acertar.-Diz ele, colocando sua mão em seu ombro.
- Tomara. Carlos é muito cabeça
dura. Jamais me entenderia.
Nesse momento, Martha decide seguir o conselho de Dulce e vai na casa de uma vidente, conhecida de sua empregada. Ela pede a Dulce pra não comentar o assunto com ninguém da casa e ela obedece. Ao chegar lá, a senhora á encontra e pede pra sentar-se um pouco.
- Eu estou aqui porque preciso de respostas.
- Eu sei. Você quer encontrar seu filho desaparecido.
- Sim. Eu quero muito encontrá-lo. Bom, antes, gostaria de lhe dizer que não acredito muito em previsões. Eu só cheguei aqui porque definitivamente sinto que a minha esperança está no meu limite.
- Eu entendo, Martha. Eu sei que você sente muita saudade do seu filho. Eu posso ajudá-la. Eu jamais brinco com coisa séria. Meu trabalho é digno e verdadeiro.
- Obrigada! Eu estou cansada de alarmes falsos.
- Bem, agora eu sinto que o seu filho está próximo, bem próximo. – Diz ela, pegando uma carta na mesa.
Martha a encara com olhos arregalados.
- Ele está próximo, bem próximo do que a senhora imagina.
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