O delegado Jota pergunta intrigado:
- Você quer que eu reabra o caso
do seu filho desaparecido? Sinto muito, mas eu não posso abrir esse caso sem um
indício. Você tem alguma informação nova?
- Eu não tenho nenhuma
informação, delegado. Ainda.
- Então, por que quer que eu abra
esse caso de novo?
- Por favor, o senhor tem que
abrir a busca. Eu sinto que o meu filho está próximo.
- A senhora não entende. - Diz o
delegado, coçando a cabeça.
- Delegado Jota, somos amigos ou
não? O senhor me conhece há dezessete anos. Me ajudou muito á procurar o meu
filho. Eu tenho esperança que o meu Luís esteja vivo. Por isso, eu te peço
encarecidamente: me ajude á procurar o meu filho novamente.
- Martha, nós somos amigos, sim,
mas veja o meu lado. Eu também quero muito que você encontre o seu filho. Mas
eu não posso abrir o inquérito sem provas. Eu preciso de algo novo pra poder
recomeçar a busca. Eu sinto que você um dia vai encontrá-lo. Desculpe por não
poder te ajudar.
- Eu fiz uma burrice em ter vindo
lhe procurar.
- Não, Martha. Eu entendo o seu
motivo. Você ainda sente falta do seu filho e eu me orgulho disso. Você é mãe,
como eu não poderia entender? Eu só preciso que me ajude também, afinal, eu
trabalho na polícia há quinze anos, eu vejo cada caso que você jamais o viu
igual. Eu vejo todo dia entrar pelo meu escritório. É caso de agressão, de
acidentes, de assassinato... Eu sei o quanto é difícil pra você perder o seu
filho.
- Então me ajuda por favor!
- Martha, eu torço muito pela sua
felicidade. Não se sinta desse jeito. Eu só quero que saiba que você pode
contar comigo pra tudo. O que tiver ao meu alcance pra te ajudar, eu faço com
prazer e dedicação.
- Obrigada, Jota. Eu fico grata
com o seu carinho por mim. Mas eu preciso realmente achar o meu filho.
- Então, vai pra casa e tenta
descansar um pouco. Reflita sobre o que conversamos e se tiver uma informação
nova a respeito de Luís, me procure.
- Pode deixar, Jota. Desculpe
pelo incômodo.
- Não precisa se desculpar. Eu
fiquei muito feliz com a sua visita.
- Boa noite! - Ela se despede.
- Boa noite, Martha! -Ele diz.
Ao deixa-la sair, o delegado fica
pensativo e volta para sua mesa, onde pega o retrato falado da sequestradora de
Luís.
“Se essa mulher for realmente a
sequestradora, eu não vou poder esconder isso por muito tempo.”
E de repente, ele decide fazer um
telefonema.
- Oi! É a dona Laís? Tudo bem? Eu
sou o delegado Jota e gostaria de conversar contigo pessoalmente. É importante!
Ok! Passo aí ainda hoje em sua casa. Abraços! - E desliga.
Horas depois, Laís se encontra
diante do delegado e fica com uma expressão séria. Jota fica observando o jeito
dela.
- Parece que essa foto lembra
alguém né?
Nesse momento, ela olha para os
olhos dele e responde:
- Betina. Essa mulher eu conheço.
- Uma esperança. Onde posso acha-la?
- Eu não sei. Mas juro que nunca
pensei que ela pudesse ser uma sequestradora.
- Laís, quem é Betina? Pode me
descrever?
- Delegado, essa mulher era
simpática, amigável. Eu mesma não a conhecia muito bem. Lembro que ela fora
convidada por pessoas da própria vizinhança mesmo pra festa do meu filho, mas
eu não vi problema nenhum em não deixá-la entrar na época.
- Pois é Laís! Por uma visita de
uma desconhecida em sua festa, o Luís desapareceu. -Diz o delegado, fazendo ela
ficar séria.
- Mas será que ela teve coragem?
Faz muito tempo mas me lembro como se fosse ontem: logo após o ocorrido na
festa, a gente chegou a conversar depois talvez no mesmo dia, não sei! – Diz
Laís, se sentindo indignada.
- Ela pode ter feito isso pra não
chamar atenção. Conheço pessoas desse tipo! Agem na falsidade e na esperteza. –
Diz o delegado, fazendo algumas anotações.
Na manhã seguinte, Mariana toma o
seu café correndo e encontra a mãe deitada no sofá.
- A senhora dormiu aqui? - Ela se
indaga.
- Sim. Eu me senti cansada e
acabei pegando no sono.
- E o papai, onde ele está?
- Acho que ele está dormindo.
De repente, a empregada chega e
encontra as duas.
- Senhora Martha, o Adalberto
pediu pra avisar que ele teve que sair mais cedo pro escritório pra revisar uns
documentos.
- Mas ele já foi trabalhar? - Se
indaga Martha. - E nem falou comigo.
- Sim, senhora. - Responde Dulce.
- Eu não acredito! -Diz ela,
indagada.
- Deixa mãe! Eu também já vou!
Beijos! -Diz a filha, beijando em seu rosto.
- Você não vai tomar o seu café?
- Eu já tomei. Tô indo! Preciso
chegar cedo na clínica.
- Filha, espere! Eu queria ter um
minuto com você.
- Bem, fale! -Diz ela,
organizando sua bolsa.
- Eu estive na delegacia ontem.
- Fazendo o que lá?
- Eu pedi pro delegado abrir o
caso do seu irmão.
- Mãe, por que fez isso?
- Desculpe, filha. Mas eu achei
que seria necessário.
- Agora não dá tempo de
conversarmos sobre isso, mas quando eu voltar, eu quero saber direitinho dessa
história. Ta bom!
- Tudo bem! Vá com Deus, filha! -Diz
Martha.
- Beijos gente! - E ela fecha a
porta correndo.
A empregada observa e comenta com
Martha:
- Desde que começou a trabalhar
nessa clínica, ela parece estar mais feliz.
- Claro! Ela está gostando demais
da clínica. Só não pode me trocar pelo trabalho. -Diz ela, rindo.
- E a senhora Dona Martha, o que
vai querer pro almoço?
- Ah nem sei. Prepara alguma
coisa que a minha mãe queira sei lá. Eu não quero pensar em almoço agora.
- Tudo bem então! Com licença! -Diz
a empregada se retirando.
Martha descansa um pouco a cabeça
no travesseiro do sofá e observa o celular. Ela decide fazer uma ligação. E a
pessoa claro atende em imediato.
- Martha! Que bom ouvi-la! -Diz
Rubens sorrindo.
- Oi tudo bem Rubens?
- Melhor agora.
Ela sorri um pouco.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. Eu só liguei pra saber
como vão as coisas.
- Na mesma né? Eu não quero
desistir da minha empresa.
- Eu sei. Faço ideia do quanto
você lutou por ela.
- Sim. Mas sua mãe não entende
isso.
- Não vamos falar dela ok! Só
quero Rubens que você consiga atingir seus objetivos.
- Obrigado Martha! A cada dia que
passa, está cada vez mais linda.
- Preciso desligar. Beijo! -Diz
ela séria, mas com aquele pensamento longe.
Vera chega ao escritório e
encontra a secretária que a avisa que Adalberto a espera. Ela entra e o
encontra.
- O que faz aqui em meu gabinete?
Acordou cedo?
- Sim, eu acordei. Queria te
falar uma coisa.
- Eu estou atenta. Fale!
- Vera, eu quero saber uma coisa
de você. Por que você odeia tanto o Rubens?
- Ora essa, por que a pergunta?
Eu o odeio porque ele possui uma concorrência com a minha empresa. Ele está
sempre no meu caminho.
- Vera, acho que não é só por
isso. Que motivo a mais você tem contra ele?
A empresária fica séria com a sua
pergunta.
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