O taxista encara para Mateus e diz:
- Tudo bem. Você não está
fugindo, né?
- Claro que não. -Ele mente.
- Ta certo. Então, onde te deixo?
- Você conhece a rua Marechal
Floriano?
- Sim. - Ele responde.
- Pode me deixar lá? -Diz o
garoto.
- Ok! Mas não levo ninguém de
graça.
Mateus tira do bolso uns trocados
e lhe entrega. Em seguida, o taxista liga o carro.
Laís chega em casa e encontra o
filho Daniel sentado em frente á televisão jogando vídeo game. Daniel tinha dezoito anos, era magro, moreno claro e um
pouco alto.
- Filho, você ainda não foi para
o colégio?
- Eu vou, mãe. Deixa eu virar
esse jogo. -Diz ele, dando de ombros.
Martha encontra Daniel feliz e
vira a Laís.
- Você tem muita sorte de ter o
seu filho em casa.
- Martha, você não pode sofrer
assim.
- Eu sinto falta do meu filho,
Laís. Eu conto os dias, as horas, pra encontrá-lo.
- Eu entendo a sua aflição,
amiga. Se eu perdesse o Daniel, também me sentiria assim.
- Eu sinto que ele está vivo.
- Você nunca deixou de acreditar
nisso, né?
- Nunca. Eu sonho com ele, Laís.
Sonho que está voltando pra casa.
- Quantos anos ele teria hoje?
- Vinte e um, segundo o meu
cálculo.
- Martha, você não disse que a
polícia fechou o caso?
- A polícia fechou, sim, Laís.
Mas eu não acho que ele está morto.
- Bem, procuramos em todo canto.
Até pela internet, tentamos encontrá-lo.
- Eu sei, Laís. Mas o que eu não
consigo entender é por que ele sumiu. Ele estava tão próximo de mim naquela
festa.
- Eu também não entendo, Martha. -Diz
Laís. - Mas quando as coisas têm que acontecer, elas acontecem sem a nossa
permissão.
Roney, um senhor de quarenta
anos, passeia pela rua da cidade de carro e avista alguns pontos do seu bairro.
De repente, ele pára o carro e sai. Ele percebe um grupo de jovens que sorriem
juntos, sentados num banco da praça e se lembra dos seus momentos da infância.
Um táxi se aproxima no mesmo
local e de dentro dele, sai Mateus, que observa tudo.
- Pronto! Aqui é a rua marechal
Floriano!-Diz o motorista.
- Valeu, cara! - Diz ele.
O táxi sai e deixa o adolescente
parado na esquina.
- Acho que é aqui que eu vou
encontrar a minha tia. - E lá vai ele, seguindo pela calçada com a mochila nas
costas.
Betina procura pelo filho assim
que esvazia mais uma garrafa de cerveja.
- Mateus, onde você está? - Ela
pergunta ao ver o quarto vazio. - Mas que droga! Ele não pode ter saído.
De repente, ela vê que a janela
está quebrada.
- Filho da mãe! - Ela se ira. - Você
vai me pagar caro por isso!
Mariana chega em casa e encontra
a mãe, que olha a foto de Luís sobre a prateleira.
- Filha, você já chegou?
- Sim, mãe. O que está fazendo?
- Apenas olhando a foto de seu
irmão.
- Mãe, essa lembrança só lhe faz
sofrer ainda mais.
- Eu não me conformo, filha.
- Eu sei que a senhora sente
saudades dele, mas vamos ter que reconhecer uma coisa. Nós fizemos de tudo para
encontrá-lo.
- Você desistiu de procurar o seu
irmão?
- Mãe, eu não desisti. Ainda
tenho esperança como a senhora. Mas eu não posso deixar de viver a minha vida,
pra tentar achar uma agulha num palheiro.
- Eu entendo, filha. Mas o que eu
vou fazer, se ainda sinto falta dele? Eu sinto que meu filho está em algum
lugar a minha espera.
- Mãe, a senhora precisa seguir
sua vida. Não é fácil pra nenhum de nós essa situação, mas a vida que segue. A
senhora já viu como está o seu estado? Poxa, a senhora deixou de viver por
causa do Luís.-Diz Mariana.
- Filha, enquanto eu não achar o
meu filho eu não vou sossegar. O meu coração diz que ele está vivo e eu preciso
seguir essa intuição.
- Já se passaram anos minha mãe!
- Não importa Mariana. Luís vai
voltar pros meus braços e a gente vai formar uma família novamente. Filha, eu
quero muito que você fique do meu lado sempre.
- Eu estarei sempre do seu lado,
mãe. - Ela a beija no rosto. - E a minha avó? Passou por aqui?
- Não. Acredito que nem venha. -Diz
Martha.
- Bom, então, eu vou para o meu
quarto tomar um banho que o dia hoje foi cansativo.
- Como vai o seu trabalho lá?
- Vai bem. O Orlando acredita no
meu trabalho e no meu potencial.
- Que bom! E a Sandra, filha? Ela
tem feito muita provocação?
- Ela continua a mesma rabugenta
de sempre. Mãe, acredita que ela quer me tirar de lá?
- Toma cuidado, filha.
- Pode deixar! Não estou mais no
tempo da escola. Uma hora, ela vai ter que entender isso.
Adalberto chega na empresa de
Rubens e os dois ficam de frente.
- Eu não sabia que você viria
aqui?
- Rubens, eu vim te dar um aviso.
Não se meta com Vera.
- Por que, Adalberto? Vocês acham
que eu vou desistir da luta, né?
- Eu se fosse você, desistiria.
Rubens, você não tem escolha, a não ser vender a empresa.
- Esse é o meu local de trabalho
e vocês não podem se intrometer nisso. É um direito meu!
- Veja bem! Você não tem nada a
perder.
- Eu não vou me entregar fácil
como vocês imaginam. Eu vou continuar lutando.
- Então, você não vai aceitar a
proposta de Vera?
- Minha resposta é não. Agora,
caia fora do meu escritório.
- Tudo bem, eu vou embora. Mas
depois não diga que lhe avisei, Rubens. Fique sabendo que a Vera não vai
desistir nunca.-Ele diz e sai.
- Idiota! - Rubens se ira ao
fechar a porta.- Se eles pensam que vão me comprar com dinheiro, estão muito
enganados.
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