Algumas horas depois, Betina chega
na casa de Beatriz e procura por Mateus.
- Ele não está aqui! - Responde a
irmã logo de imediato.
- Como não está aqui? Ele veio
pra cá.
- Betina, precisamos conversar
sobre o Mateus.
- Aquele filho de uma égua está
se escondendo da babaca aqui né?
- Não. Ele fugiu novamente.
- Eu não acredito em você. Você
sempre foi uma songamonga. Agora mentirosa nunca ouvi dizer.
- Então, eu não posso fazer nada.
- Diz aonde ele está agora? Por
favor, eu preciso saber.
- Acho melhor você se sentar
primeiro, pois a nossa conversa vai demorar algumas horas. -Diz Beatriz firme.
Betina fica impaciente com a
irmã.
- Você tem mais ou menos duas
horas pra ter essa conversa comigo. Duas horas!
- Não vai precisar de muito tempo
não! Fica tranquila.
- Acho bom porque ainda tenho
manicure e o peste desse menino desaparece de casa me deixando angustiada e num
ataque de nervos. Delinguete!
- Olha aqui sua desavergonhada!
Se você continuar maltratando o Mateus, eu a denuncio pra polícia.
Betina fica chocada.
- Você me chamou de quê?
- É isso mesmo que você ouviu.
Você não tem um pingo de vergonha no meio desta cara! Eu estou cansada da sua
frieza e do jeito que você maltrata o meu sobrinho.
Betina fica séria com as palavras
de Beatriz.
Vera chega no condomínio e
encontra a filha Martha tomando chá em frente à TV.
- Oi, filha. Como você está?
- Tudo bem, mãe.
- Que cara é essa? Posso saber? -Diz
ela, percebendo sua expressão.
- Mãe, por que quer comprar a
empresa de Rubens? Qual é a sua intenção? -Diz Martha séria.
- Que conversa é essa?
- É isso mesmo que a senhora
ouviu.
- O Rubens esteve aqui?
- Não importa.
- Importa, sim. Eu sou dona dessa
casa também.
- E se ele esteve? O que há de
errado nisso?
- Eu já te disse que eu não o
quero aqui dentro.
- Eu moro nessa casa também, mãe.
- Eu não permito! Se você exige a
presença dele, arrume as suas coisas e saia de minha casa. Eu já lhe disse isso
várias vezes.
- A senhora tem tanto ódio do
Rubens que às vezes, eu chego a desconfiar.
- Desconfiar de que hein?
- Eu não sei. Tudo o que eu sei é
que eu não vou ficar aqui por muito tempo, não. Eu vou encontrar uma casa pra
mim. Não se preocupe!
- Martha, eu não queria que você
me entendesse mal.
- Eu já disse que vou sair da sua
casa. Eu entendi tudo.
- Você me deixou transtornada em
relação ao Rubens.
- Sim, eu a deixei. Mãe, eu estou
muito decepcionada com a senhora. Rubens é o meu melhor amigo.
- Eu sei que você tem um apreço
por ele, mas saiba que eu não gosto da presença dele aqui nesta casa.
Desculpe-me por ser tão franca!
- Nada vai desculpar o que a
senhora acabou de me dizer aqui nesta sala.
- Filha, eu tive um dia cheio. Eu
quero que me perdoe. Apenas isso.
- Eu também tive um dia cheio. Eu
estou cansada, mãe. Eu quero descansar um pouco. Estou ficando louca.
Entende-me?
- Eu sei como é estar assim. -Diz
Vera.
- Não sabe, mãe. A senhora nunca
perdeu um filho. A senhora jamais entenderia a minha situação.
- Eu sinto muito por tudo que lhe
disse a você. Se você quer que o Rubens freqüente essa casa, eu não me importo
mais. Desde que eu não o encontre, pra mim está ótimo.
- Eu ainda não entendi por que
quer a empresa dele.
- Esse assunto não vai ser
tratado aqui, filha. Você não entende de negócios.
- Eu sei que eu não entendo, mas
o Rubens não pode perder a empresa, afinal, ela foi construída com suor.
- Você o defende muito, filha. Eu
já disse que os negócios não são do seu interesse.
- É por isso que ás vezes, eu não
sinto falta da sua presença aqui, pois nós duas sempre nos desentendemos. Mãe,
se a senhora continuar querendo a empresa de Rubens, eu vou me chatear com a
senhora e vou fazer de tudo para impedir qualquer ato seu.
- Nossos desentendimentos se
devem ao Rubens, o causador de tudo. E o que está dizendo agora é tolice. Você
jamais vai interferir nos meus assuntos, porque você não entende absolutamente
nada do ramo empresarial.
- Nisso, a senhora tem toda razão,
mas eu posso aprender á lidar com assuntos referentes ao ramo que a senhora se
especifica.
- Filha, mais uma vez peço
desculpas e quero que saiba que estou disposta á refletir sobre a possibilidade
de não comprar mais a empresa de Rubens, já que você exige tanto.
- Posso confiar na senhora?
- Que pergunta! Eu vou pensar
muito á respeito e fique despreocupada.
Martha sente que suas palavras
mexeram um pouco com a mãe e ela á vê sair porta afora.
Beatriz conversa com Betina sobre
Mateus, agora numa situação mais calma.
- Desculpe se me excedi nas
palavras com você. Mas você merecia ouvir algumas coisas. – Diz Beatriz.
- Tudo bem. Eu percebi que estava
mais nervosa quanto eu.
- Dê um tempo ao Mateus. Vai ser
melhor pra ele e pra você.
- Você quer que eu dê um tempo ao
meu filho?
- Por que não? Ele não vai voltar
tão cedo pra casa, enquanto você estiver por perto.
- Você está doida! Mateus é a
minha vida.
- Não parece, Tina. Você o
agride, fere qualquer relação de afeto com ele. Como ele pode ser a sua vida?
Como um adolescente pode amar a mãe desse jeito? Ele está se tornando um
rebelde á cada dia que passa.
- Eu amo o meu filho. Entendeu?
- Então, por que o faz roubar?
Por que o torna um criminoso?
- Eu não peço pra ele roubar
nada. -Diz ela, mentindo.
- Safada e mentirosa. Mateus não
me esconde nada dos seus podres e eu lhe conheço perfeitamente minha irmã.
- Está bem. Eu cometo algumas
bobagens sim. Admito.
- Tina, você deve provar o seu
amor, seu carinho á ele. Prove que você o ama de verdade, para que ele possa
amá-la também.
- Eu vou provar à ele. Onde ele
está?
- Você me promete?
- Sim, minha irmã. -Diz ela,
jurando.
- Me siga! -Diz a irmã, levando
para o quarto.
Ao encontrá-lo, Mateus a olha com
desprezo.
- Filho! Eu senti tanto a sua
falta.
- Por que a trouxe aqui, tia?
- Ela quer se desculpar, Mateus.
Ouça!
- Filho, vamos voltar pra casa. -Diz
Betina tentando ser bondosa.
- Eu não volto mais pra aquela
casa, entendeu! -Diz Mateus revoltado.
- Você não pode me abandonar
desse jeito.
- Eu posso, sim, porque quem sabe
da minha vida sou eu.
- Mateus, pega leve com ela. Ela
está sofrendo. -Interfere Beatriz.
- Sofrendo? Quem sofre sou eu,
tia. Ela é falsa.
Tina não suporta mais a ofensa e
grita, brava.
- Acabou o show, mocinho! Eu sou
a sua mãe e você me deve obediência.
- Você não é a minha mãe. -Ele
fala alto com ela. - Você é uma meretriz! Uma aproveitadora!
Tina lhe dá um tapa em seu rosto
e o joga contra o chão.
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