Enquanto
isso, Zeca bate na porta de Gisele e Murilo atende.
–
E aí brother, beleza? – cumprimenta Zeca ao entrar.
–
Beleza, cara!
–
Cadê as meninas? – pergunta Zeca, percebendo que não há ninguém na sala.
–
A Gisele está lá dentro no quarto com a Grace e a Júlia.
–
Aconteceu alguma coisa?
–
Problemas da Grace de novo. – comenta Murilo.
–
Entendi. – Ele responde.
De
repente, a campainha toca de novo e Zeca desta vez atende.
–
Olha, quem chegou pra animar a noite! – Ele brinca ao ver Doroth.
–
Você também está aqui, prego? Quem te convidou hein? – diz ela, remexendo nos
seus cabelos e bagunçando o seu topete.
–
Você sempre faz isso de propósito né? – Ele diz, sorrindo.
Ela
não dá ideia e pergunta da Gisele para o Murilo.
–
Onde você acha que ela está agora neste exato momento? – questiona Murilo.
Doroth
consente e vai no quarto, deixando os rapazes na sala.
–
Aí, você nunca se interessou pela Doroth, Zeca? Ela é uma garota muito bonita.
–
Não, brother. Eu nunca me interessei pela Doroth. A minha gata é outra e tu
sabe disso.
–
Tô ligado. O seu coração sempre vai estar ligado à Gisele né?
–
Cara, você está doido de falar isso aqui na sala. – sussura Zeca, em tom
baixinho.
–
Qual é o problema Zeca? As meninas estão no quarto. Ninguém ouviu nada.
–
Acho melhor mudarmos de assunto.
–
Se você deseja assim, tudo bem! – diz Murilo, deixando o assunto de lado.
Enquanto
os dois rapazes ficam na sala, as meninas consolam Grace, que decide contar o
ocorrido em casa.
–
Sabe o que eu acho, Grace? Que você precisa aceitar a separação dos seus pais.
Se eles querem mesmo fazer isso, você precisa se conformar. – diz Doroth,
séria.
–
Eu também não sei o que fazer pra te ajudar, Grace. – diz Júlia.
Grace
encara as meninas pensativa ainda com lágrimas nos olhos e Gisele decide dar a
sua palavra.
–
Se você quiser pode ficar na minha casa hoje. A gente dá um jeito de avisar aos
seus pais. Quem sabe você ficando nesta noite, você não possa pensar em tudo
que conversamos aqui e se distrai um pouco.
–
Obrigada, Gisele! – Ela a abraça carinhosamente, lhe afagando os cabelos. –
Você é uma grande amiga! E vocês também, obrigada por tudo. – Ela se vira às
outras.
–
Conte com a gente, viu! – diz Júlia, tentando animá-la.
De
repente, batidas na porta e apenas uma frase vinda do lado de fora.
–
Meninas, estamos com fome! Não sai essa janta não?
As
meninas sorriem ao ouvir o anúncio de Murilo na porta.
Alguns
dias de trabalho depois, Daniel já está no escritório de Sr. Otávio, que lhe
faz uma pergunta:
–
O que você está achando do trabalho, Daniel?
–
Eu estou curtindo muito, Sr. Otávio.
–
Hum. Que bom! Gisele parece estar gostando também do seu trabalho.
Daniel
fica admirado e resolve lhe perguntar por curiosidade:
–
Posso saber por que ela está gostando do meu trabalho?
–
Claro. É que Gisele trabalha há um tempinho comigo e quando o funcionário não
desempenha um bom serviço, ela vem e reclama comigo, sabe? Então desde o
primeiro dia, você está trabalhando bem e ela já percebeu isso, porque se não
percebesse meu amigo, ela me diria algo contra você.
–
É mesmo, senhor?
–
Daniel, um conselho de amigo: Gisele é observadora demais e se você quer mesmo
se manter neste emprego, não me encare como seu chefe, mas tente encarar a
jovem que trabalha com você como sua superior. Ela é os meus olhos nesta
empresa e qualquer deslize, ela não vai aceitar. Então seja você mesmo, meu
caro e apenas faça o seu trabalho.
Daniel
fica pensativo por alguns instantes.
Em
seguida, Gisele bate na porta e entra.
–
Sr. Otávio, sua esposa no telefone! Ela deseja falar com o senhor.
–
Obrigado, Gisele! Eu já vou atendê-la. – Ele responde e a jovem sai,
consentindo.
–
Bom, então eu vou voltar ao trabalho. – diz Daniel, se levantando da cadeira.
–
Ok! Pode ir. Ao sair, pede pra Gisele trazer um café ok?
Daniel
consente e sai porta afora.
Encontrando
com a jovem do lado de fora do escritório, ele diz:
–
Sr. Otávio pediu pra você levar um café a ele.
–
Ok! – diz a jovem, se levantando da cadeira.
De
repente, alguns papéis caem no chão e os dois se abaixam pra pegar.
–
Deixa que eu pego pra você! – Ele recolhe os papéis e encara ela nos olhos.
Ela
também não consegue disfarçar.
Os
dois ficam numa sintonia total e o fascínio um pelo outro é despertado de uma
forma mágica que possivelmente pode virar o primeiro beijo.
Mas...
–
Oi, Gisele! Eu vim aqui pegar aquele relatório que você digitou. – diz Doroth,
atrapalhando a cena. – Tudo bem por aqui?
–
Ah claro! – Ela se levanta depressa. – Eu vou pegar o relatório pra você. Só um
instante!
Daniel
coloca os papéis na mesa organizadamente e Doroth percebe que cometera um
equívoco ao atrapalhar a cena dos dois.
–
Gisele, tudo bem! Depois eu volto e pego o relatório, ok? – E sai, fechando a
porta.
Gisele
fica confusa e Daniel diz:
–
Se precisar de alguma coisa, é só me chamar ok!
–
Ok! – Ela responde, sem olhar nos olhos dele.
Daniel
sai e Gisele se sente perdida, pensando:
“Meu
Deus, o que está acontecendo comigo?”
Enquanto
isso, Doroth decide ligar pra Júlia e contar o que acabara de ver na sala de
Gisele. A jovem fica feliz com a novidade, mas Doroth pede pra não comentar
nada com ela.
Após
terminar de falar com Júlia, Doroth decide conversar com Daniel.
–
Oi, Daniel!
–
Oi, Doroth! – Ele a cumprimenta.
–
Posso te fazer uma pergunta?
–
Sim. Quantas quiser. – Ele responde educadamente.
–
Olha, eu trabalho nesta empresa há um tempinho com a Gisele. Você deve saber
disso né?
–
Sim. Eu sei. Aliás, eu estou gostando muito de trabalhar aqui.
–
Hum. Que bom! Então a pergunta que quero fazer a você é o seguinte: você está gostando da Gisele, não está?
Daniel
muda de expressão e fica um pouco vermelho com a pergunta que Doroth faz.
–
Relaxa, Daniel! Eu já percebi tudo. Aliás, já estava percebendo.
–
Nossa! Eu não acredito que ficou tão óbvio assim.
–
Não se preocupa com isso. Ninguém percebeu nada como eu percebi. Daniel, desde
o momento que você cruzou com a Gisele nesta empresa, alguma coisa mudou na
minha amiga só que ela não tem coragem de assumir ainda.
–
Sério? O que pode ter mudado nela tanto assim?
–
Depois eu te conto, mas fica ciente de uma coisa: se você gosta dela, saiba que
eu vou estar do seu lado.
–
Desculpa, Doroth mas porque você estaria do meu lado se nem ao menos me conhece
direito?
–
Eu sinto que você é a pessoa ideal para a minha amiga, só não me pergunte o
porquê pois eu não sei te explicar, mas a sua presença na vida da Gisele
representa recomeço, uma esperança, alguma coisa boa que está por vir, entende?
–
Continuo não entendendo, mas respondendo a sua pergunta: eu gosto dela sim. Mas
não sei se ela também gosta de mim.
–
Bom, isso você vai descobrir meu caro e se você quiser, pode contar comigo! –
diz ela, sincera.
Júlia
decide comentar com Grace sobre o ocorrido com Gisele e Daniel e sem querer,
Murilo ouve a conversa. Ao deixar as meninas conversando, ele pega o celular e
liga pra Zeca e decide revelar a situação.
–
Mas aconteceu isso mesmo logo na empresa onde os dois trabalham? – Se intriga
Zeca no telefone.
–
Bom, as meninas estão dizendo aqui. – diz Murilo.
–
Então deve ser verdade mesmo. Eu não sabia que esse Daniel tinha conhecido a
Gisele antes.
–
Eu já até ouvi falar dele, mas não conheço ainda.
–
E por que você não me disse nada sobre isso?
–
Cara, o que eu poderia ter dito a você? Que a Gisele tinha conhecido um rapaz
no shopping e que por coincidência, os dois se encontraram na empresa? Pow,
você nem tem mais interesse pela Gisele. Se tivesse realmente interesse por
ela, as coisas não estariam nessa situação agora. Você poderia estar com a
Gisele neste exato momento.
–
Murilo, você sabe perfeitamente que não tenho chances com a Gisele.
–
Você não tinha chances Zeca, mas agora você tem e mais uma vez vai perder a sua
amada pra outra pessoa.
–
Eu não quero discutir isso, Murilo! Se Gisele quiser ficar com este carinha aí,
que fique! Eu não vou mais correr atrás como sempre corri. – E desliga o
telefone.
Murilo
diz em pensamento:
“Eu
te conheço, Zeca! Eu sei que você não gosta de perder.”
Grace
decide voltar pra casa e sua mãe Alda a encontra na porta.
–
Filha! – Ela a abraça fortemente e acaricia seus cabelos. – Por favor, não faça
mais isso! Não saia de casa sem nos avisar!
–
Mãe, preciso ir para o meu quarto. – diz Grace, ainda triste.
–
Tudo bem, filha! Se precisar de algo, me chama tá bom?
Grace
não responde e sobe as escadas, deixando Alda mais tranquila.
No
fim do expediente, Gisele organiza suas coisas pra sair quando Daniel entra
depressa pela porta do escritório.
–
Você ainda não foi? Pensei que já tinha ido.
–
Eu esqueci uma coisa em cima da sua mesa.
–
Que coisa? – Se intriga ela, observando a mesa.
Daniel
se aproxima mais perto dela nesse momento.
– Eu vim terminar uma coisa que deixei de fazer logo cedo. – diz Daniel, convicto de seus sentimentos e beijando Gisele nos lábios ardentemente, a impedindo de falar qualquer coisa, deixando-a sem reação alguma.
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