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Segundo Capítulo de Corações Desimpedidos

Gisele cumprimenta Daniel, se levantando da mesa.

– Oi! Ah claro! Eu vou levá-lo até o escritório do Sr. Otávio. Ele aguarda por sua presença. –  Ela o conduz à sala do chefe.

Daniel fica atraído pela jovem que tenta disfarçar os olhares.

Ao ser apresentado pela secretária, Daniel aperta a mão de Sr. Otávio, que lhe dá as boas-vindas e apresenta Gisele ao novo funcionário.

– Gisele é minha secretária pessoal. Portanto, vocês dois vão trabalhar juntos daqui pra frente. Ela vai te passar todas as tarefas. O que você precisar, meu amigo, pode contar com ela ou comigo, ok? E seja bem-vindo no nosso time, Daniel! Será um prazer tê-lo conosco. – diz Sr. Otávio, confiante.

Daniel agradece gentilmente.

– Acompanhe a Gisele que ela vai te mostrar sua sala. – diz Sr. Otávio, em seguida. – Espero que seja do seu agrado, apesar da bagunça que outro funcionário acabou deixando.

– Isso não é problema. Eu sou muito organizado. – diz Daniel, demonstrando disposição, deixando os dois admirados.

– Fico feliz por isso, Daniel! – diz Sr. Otávio.

– Por gentileza, me siga! – diz Gisele, abrindo a porta e Daniel consente.

Em seguida, ele sai na companhia de Gisele, que fecha a porta da sala do chefe.

– Vai ser um prazer trabalhar ao seu lado. – diz o rapaz, feliz.

– Espero que sim, Daniel. Seja bem-vindo!

– Obrigado, Gisele! Aliás, tem um bonito nome. – diz o jovem rapaz, sorrindo e aproveitando para dar uma flertada.

– Obrigada! – ela agradece. – Você poderia me ajudar com alguns arquivos que ainda não foram digitados no computador? Aqui temos trabalho de sobra e o tempo voa.

– Claro! Onde estão os arquivos? – Ele pergunta, demonstrando interesse.

– Deve estar naquele armário. Vou pegá-los pra você.

– Pode deixar comigo! – Ele se aproxima dela e ela se afasta um pouco. – Qual gaveta está?

– A primeira de todas. – responde a jovem, que não consegue desviar os olhos do rapaz.

Daniel alcança a gaveta, abre e entrega os arquivos a ela e os dois tentam desviar a atenção um do outro.

– Que coincidência né? – Ele resolve mudar de assunto.

– Coincidência? – Ela estranha a pergunta.

– Sim. O nosso encontro no shopping.

– Ah! É verdade. Põe coincidência nisso! – diz a jovem se lembrando de tal fato e tentando se concentrar no trabalho, enquanto Daniel arruma os arquivos na mesa.

– Você trabalha há muito tempo aqui? – Ele arrisca perguntar.

– Têm um tempinho já. – diz ela, não lhe dando muita confiança.

– E você é sempre assim, séria?

Nesse instante, ela olha para os olhos dele e responde:

– Daniel, para exercer a função no qual sou designada, eu preciso ser séria e muito competente. Agora, termine de arrumar esses arquivos aqui e se precisar de alguma coisa, me chame! Com licença! – E ela se retira da sala, o deixando um pouco sem jeito.

 

No horário de almoço do trabalho, Gisele e Doroth sentam juntas no refeitório e as duas conversam um pouco.

– Percebi que você está distante. Gisele? O que está acontecendo?

– Eu estou bem, Doroth! Eu só estou pensando numa coisa aqui. Nada demais!

– E não quer me contar o que é? – diz a amiga curiosa, se deliciando com a sobremesa.

– Deixa de ser curiosa, hein? Mas tudo bem! Eu vou te contar sim.

– Que bom! Sou toda ouvidos. – diz Doroth, se animando.

– Bom, sabe aquele rapaz ali? – Ela indica para a mesa do lado.

Doroth olha e encontra Daniel conversando animado com os outros rapazes, funcionários da empresa.

– Sim. É o novato bonitinho que chegou hoje na empresa. O que é que tem?

– Quer dizer que o acha bonito?

– Mas é claro! E você não acha também?

– Ele é interessante, mas é curioso demais. – diz Gisele.

– Me conte! O que tem ele?

– Então, acredite ou não, ele é o rapaz que conheci na loja do shopping.


Descontração

– Sério? – A amiga se surpreende. – Mas que coincidência boa hein?

– É uma coincidência sim, mas porque está tão animada?

– Pra este rapaz já te deixar assim, é sinal de que vem alguma coisa boa neste encontro.

– Doroth, quantas vezes eu tenho que dizer que não...

– Quer envolvimento com ninguém. Gisele, eu sei de cór o seu texto decorado. Amiga, essa é uma boa oportunidade pra você ser feliz outra vez.

– Espera aí! Você quer que eu fique com ele?

– E por que não? Se ele gosta de você e você, dele.

– Você deve ter batido com a cabeça né? Eu mal o conheço.

– Mas pode passar a conhecer, oras!

– Ah para!

– Mas ele não pensa como você, amiga! A Júlia me disse que ele não parava de te olhar no shopping.

– Doroth, quando eu voltar a me apaixonar, não se preocupe porque vocês vão saber ok? E essa Júlia é muito fofoqueira.

– Tudo bem, amiga! – diz Doroth, se levantando da mesa. – Já bateu meu horário. Preciso voltar. Somos suas amigas e queremos o seu bem.

Doroth se afasta e deixa Gisele pensativa. Daniel a encara fascinado e a secretária decide se retirar também.

 

Neste ínterim, Grace ouve suas músicas preferidas no quarto quando ouve vozes vindas da sala. Ela abre a porta do quarto e chega próximo da escada e ouve mais uma vez a discussão dos pais Alda e Emiliano.

– Talvez seja melhor eu ir embora desta casa e me afastar da sua arrogância. – Ela discute.

– Quero ver se você tem coragem! Mas quer saber o que eu acho? Você nunca vai sair desta casa porque não tem pra onde ir.

As palavras que são gritadas em alto e bom som ferem cada vez mais o coração da adolescente, que se debulha em lágrimas de profunda tristeza, sentada no chão do seu quarto.

Júlia e Murilo decidem visitar Gisele em seu apartamento.

– Pensei que a Doroth estivesse aqui com você. – diz Júlia.

– A Doroth não quis vir. Acho que ela ficou chateada comigo, não sei.

– O que é que houve agora, Gisele?

– Ela não entende certas coisas. Acho que não vai entender nunca.

– Eu posso até imaginar do que você está falando. É sobre o Daniel, né?

– Como você sabe que é sobre ele que estou falando?

– A Doroth me disse. – diz a jovem. – Mas não é culpa dela, Gisele! Fui eu que disse que você tinha que ser feliz outra vez e sugeri que fosse com o novato da empresa porque esse encontro não foi por acaso.

– Não vem me dizer que foi coisa do destino o Daniel ter aparecido na minha vida, bla blá blá...

– Esse é o seu mal, Gisele! Desculpa te falar isso, mas você não acredita no sinal do destino.

– E eu não acredito mesmo. Desde que eu fui enganada, iludida, você acha que eu ainda acredito no amor? Amor é uma fantasia, uma ilusão, um engodo.. Vocês foram testemunhas de tudo que passei. – diz ela, apontando o dedo à Murilo que ouve a conversa toda. – Você também sabe disso!

Júlia fica em silêncio e Murilo se anuncia.

– Júlia, vou lá fora ver o carro ok!

A jovem consente e Gisele diz:

– Pode ficar, Murilo! Eu vou preparar o jantar pra vocês.

Murilo sorri constrangido.

– Desculpa, Gisele se fui invasiva demais! – pede a amiga.

– Está tudo bem. Sem problemas! – Ela a abraça. – Eu é que peço desculpas. Bom, alguém vai me ajudar a preparar algo?

– Pode contar comigo! – diz Júlia, animada.

Gisele encara Murilo seriamente, e o rapaz diz:

– Não! Não! Prefiro nem entrar na cozinha.

As duas riem com a expressão do amigo. De repente, o telefone toca e Gisele atende.

– Não, Doroth! Pode vir. Não estou chateada com você, não!

Neste momento, a campainha toca e Júlia decide atender a porta, deixando Gisele conversando com Doroth por telefone e Murilo na sala.

Ao abrir, os três se deparam com Grace, com lágrimas nos olhos.

Júlia a abraça e Gisele diz à Doroth no telefone:

– Amiga, venha pra cá! Grace precisa da gente.

 

Daniel joga xadrez com o irmão Wallace, que decide lhe fazer uma pergunta sobre Gisele.

– Então não sabe nada dela ainda? Não sabe se ela é casada, solteira...

– Não sei, irmão. Mas vou descobrir aos poucos. Agora estou bem próximo dela!

– Faça isso, irmão! Repare se ela tem aliança no dedo.

– Eu já reparei nisso. E ela não tem aliança, meu caro.

– Hum. bom sinal. – diz Wallace. – Você é um cara de sorte. Conseguiu entrar numa empresa multinacional e ainda conhecer uma secretária gente fina.

– Pois é, irmão! Mas tem uma coisa: pelo que pude perceber da Gisele é que ela não me parece ser uma pessoa fácil não.

– Você está me dizendo que ela é uma pessoa difícil de ser conquistada?

– Creio que sim. – diz Daniel, sensato mexendo na peça de xadrez. – Xeque mate.

– Ah não! De novo não! – Se chateia Wallace ao ter perdido o jogo.

 

Daniel fica pensativo em seu quarto e se lembra do encontro que teve com Gisele no shopping e na empresa. Em sua frente, a foto de Maria ainda enfeita o seu porta-retrato e ele decide tirá-la da mesa e guardá-la na última gaveta.

“A partir de hoje Daniel, você vai ser um cara diferente. Vai conquistar a Gisele e vai tirar a Maria do seu pensamento de vez.”

Ele diz pra si mesmo, decidido.


Refletindo
Amante da Poesia e Escritor aspirante à Autor de Telenovelas, focado em Marketing, Web Designer, ouvinte de boas músicas e Fã da saga Marvel.

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