Zeca
parecia não querer se afastar de Gisele e ele viu ali a oportunidade que ele
tanto queria que era de se aproximar e recuperar todos os momentos bons que
eles viveram numa época não muito distante.
Daniel
olhando para aquela cena parecia que o mundo desabara sobre sua cabeça. Aí
estava a razão então porque ela o evitava. Era porque ela estava com aquele
cara – pensava ele – e ela não queria lhe dar satisfações sobre aquilo tudo.
Entendeu que não tinha nada a fazer ali e nem como amigo simplesmente ele não
tinha condições de intervir na crise que Gisele estava passando, pois ele
reconhecia aí o seu interesse de conquistá-la e de agradá-la e que queria
entrar naquela história de querer saber do paradeiro de sua amiga Grace por
ela. Afastou-se da porta e suas pernas tremulavam juntamente com suas mãos que
tremiam segurando o corrimão das escadarias ao descer.
Gisele
num impulso viu que bastava e que aquilo não tinha nada a haver.
-
Por favor, Zeca é melhor você ir embora!
-
Me perdoe, Gisele, mas eu fiz o que estava em meu coração. Eu ainda adoro você
e quero que você me perdoe não por este momento por tudo o que eu te causei de
ruim no passado.
-
Eu não quero falar sobre isso agora. Não é momento de rever o passado algum eu
estou preocupado com Grace e tenho de qualquer maneira avisar os pais dela o
que você me passou ainda pouco.
Cabisbaixa
e trêmula ela se sentou no sofá tentando digitar no telefone para casa de Alda,
mas Zeca a deteve segurando suas mãos de completar a ligação. Ele a segurou pelo ombro fazendo que ela o
olhasse nos olhos novamente, sentados os dois ali.
-
Será que eu posso esperar uma nova chance?
Gisele
estava abalada com aquilo tudo e muito confusa e não esperava aquilo tudo
diante dos devaneios que ela estava tendo antes por Daniel.
Se
desvencilhou de Zeca mais uma vez e:
-
Zeca obrigado por tudo, continue me mantendo informada de qualquer novidade,
mas eu preciso que você vá embora agora. Obrigada pela companhia e pelo teu
empenho. Eu preciso ficar sozinha agora.
Zeca
saiu sem dizer mais uma palavra, olhando para Gisele mas percebeu que ela
ficara impactada e que aquela reação dela poderia ser um sinal de esperança
para ele.
Quando
ele saiu, Gisele foi depressa trancar a porta e ficou encostada sobre ela
olhando para o vazio com o rosto pálido e não sabia o que pensar mais.
Tudo
o que ela precisava naquele momento era... Ver Daniel, estar perto dele, poder
desafiá-lo novamente diante da ousadia dele. Talvez desta vez – Pensava ela, consigo
mesma – Ela já não seria tão dura e cedesse um pouco mais.
Daí
a pouco Gisele pega o telefone e fala com Doroth.
-
Como estão às coisas por ai?
-
Tudo sob controle amiga. – Disse Doroth um tanto curiosa pois não sabia qual
atitude Daniel iria tomar depois da conversa dos dois naquela tarde. – E você?
Está bem?
-
Sim, sim, eu... To bem. Um tanto cansada.
-
Amiga, eu to estranhando a sua voz e te conheço muito bem. Tem certeza do que
ta me dizendo? Você está bem mesmo?
-
Olha, Doroth... - Gisele já sabia que não conseguia esconder nada da amiga -
Quando terminar o expediente aí preciso que venha até aqui.
Doroth
estranhou a aflição da amiga e pensou logo que Daniel dera alguma bandeira e
que poderia comprometer a amizade das duas. E ficou um pouco pensativa.
- Você ta me ouvindo, Doroth?
- Você ta me ouvindo, Doroth?
-
Sim, eu vou já pra aí quando terminar tudo aqui.
-
E o Daniel? Está ai?
-
O Daniel?! - Doroth não estava entendendo nada.
-
Sim, o Daniel. Como está ele aí no serviço?
-
Eh, ele deu uma saída, pois não estava se sentindo bem, mas está tudo sob
controle.
-
Mas aconteceu alguma coisa?
-
Não amiga, ta tudo bem. Olha deixa eu chegar aí prá nós conversarmos melhor,
pode ser ?
-
Te aguardo então. – Desliga Gisele.
Quando
Doroth desligou ela ficou ainda parada com o telefone na mão e não conseguia
entender o que poderia ter acontecido. Ela lembrava que Daniel saíra dalí
resoluto a tomar atitudes a mais em relação a Gisele e não podia entender o que
poderia acontecer e que o que poderia dar errado. Estava mais curiosa ainda por
saber o que poderia ter acontecido diante do nervosismo de Gisele e aquele
telefonema intrigante. Começou a apressar as coisas para sair logo para ir prá
casa da amiga.
Sua
distração foi interrompida com a entrada do Sr. Otávio que entrara com sua valise
na mão como que de saída.
-
Olá, Doroth! Eu to de saída, vou me encontrar com um cliente novo e não volto.
Peço que cuide de tudo aí e feche o escritório.
-
Sim, Sr. Otávio!
Ele
se vira para ela um pouco antes de tomar a porta e pergunta:
-
E Gisele, como está? Já conseguiu resolver lá o caso da amiga desaparecida.
-
Ainda não Senhor Otávio, mas ta todo mundo mobilizado. Mas amanhã ela estará de
volta.
-
Não seja por isso, o importante é ela resolver esse caso e ficar bem. E o Daniel?
Onde está?
-
Ele deu uma saída mais cedo, Sr. Otávio. Mas algum problema?
-
Não, não de maneira alguma... só uma observação: Daniel e Gisele... Ta
acontecendo alguma coisa entre esses dois?
Doroth
ficou um tanto assustada com a pergunta do Sr. Otávio.
-
Não!... Não de maneira alguma, Sr. Otávio, quer dizer... pelo menos que eu
saiba.
Sr.
Otávio deu um sorriso cúmplice se dirigindo para a porta:
-
Esses dois não sei não! Sinto que ta rolando, como vocês falam, alguma coisa no
ar.
E
saiu.
Doroth
viu aí então que o clima entre Daniel e Gisele estava já indisfarçável.
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