Kathleen se afasta de Wellington e pede:
- Nunca mais me procure!
- Kathleen! - Ele a chama vendo-a sair depressa com o
filho e a amiga.
Chegando em casa, Kathleen se lamenta e
deixa o filho com Keyla que não entende o ocorrido
- Aconteceu alguma coisa, maninha?
- Por favor, me deixa sozinha! - Ela
fecha a porta.
- O que houve Vinícius? - Keyla pergunta
ao menino que responde.
- Mamãe beijou Wellington na rua.
Em seu quarto, Kathleen vê a foto de
Wellington e a pega cuidadosamente.
- Por que ele está fazendo isso comigo?
Dias depois, Hiroshi encontra seu pai
Takiro que o encara furioso.
- Por que mudou os seus planos?
- Pai, eu não imaginei que encontraria
uma pessoa por lá. Eu me apaixonei.
Acontece com qualquer pessoa.
- Você sabe que eu não permito esse
namoro.
- Pai, eu pensei que o senhor já tinha me
entendido. Eu amo a Kathleen e vou me casar com ela.
- Será que você não vê que isso é
loucura? Ela tem um filho de outro homem.
- Um filho que se dá muito bem comigo.
- Pode até ser, Hiroshi, mas não vai lhe
trazer futuro. Seu plano era conhecer o Brasil e a sua origem. Quero que
esqueça aquela mulher.
- Jamais! O senhor não pode mandar e
desmandar no meu coração.
- Isso é uma ofensa! É uma desonra a
nossa família!
- Pai, eu já estou certo da minha
decisão. O senhor e ninguém vão me afastar da Kathleen. -Diz ele, determinado.
Uma semana depois, Estela chega ao Japão
e procura Takiro em seu escritório. Os dois se encontram.
- Oi, meu nome é Estela Grimaldi.
- Prazer. Takiro Takamura.
- É um prazer conhecê-lo, senhor Takiro!
- O prazer é todo meu. Mas que motivos a
trazem aqui em Tókio?
- Senhor Takiro, eu vou ser bem objetiva.
O assunto que me traz aqui é relacionado ao seu filho.
- Algum problema? O que ele fez dessa
vez?
- Ele namora uma brasileira, não é mesmo?
- Sim.
Mas e daí?
- O fato é que essa brasileira é uma
golpista.
- Golpista? -Ele se pasma. - Senhorita Estela, acho que
nossa conversa será longa. Portanto, irei pedir um café. Aceita me acompanhar? -
Ele se levanta da cadeira.
- Claro.
- Ela se alegra.
O japonês sai da sala e Estela pensa com
seus botões:
“Eu vou acabar com você, Kathleen! Pode
ter certeza disso!”
Minutos depois, Takiro retorna à sala com
dois copos de café e serve à jovem, que aceita gentilmente.
- Senhorita, pode me contar agora! Eu sou
todo ouvido!
- Obrigada, senhor Takiro. Bom, o fato é
que Kathleen não merece o seu filho Hiroshi.
- Bem, me desculpa te perguntar isso, mas
o que essa jovem fez a você?
- Parece meio estranho eu atravessar a
metade do mundo pra te dizer o que essa Kathleen representa para o seu filho,
mas eu quero que saiba, senhor Takiro, que eu não estou vindo à toa. Eu tenho
meus motivos pra querer afastar uma leviana do caminho de seu filho.
- Eu ainda não entendo aonde quer chegar
com esse assunto?
- Senhor Takiro, a Kathleen está usando o
seu filho. Ela não o ama de verdade, como diz amar. Ela anda afastando o meu
futuro noivo de mim, pois eles já viveram uma história juntos. Simplificando,
ela usa o meu noivo e o seu filho.
Takiro ouve atento cada palavra de
Estela, que não hesita em disfarçar nada. Após alguns segundos, ele se exalta.
- Eu não vou permitir que essa golpista
estrague a vida do meu filho. Você acredita que depois que Hiroshi conheceu
essa mulher, ele está totalmente diferente comigo.
- O senhor está certíssimo, senhor
Takiro! Se o senhor quiser contar comigo, eu estou disposta a ajudá-lo no que
for.
- Obrigado por ter vindo até aqui pra me
alertar sobre essa mulher.
- Não tem que me agradecer. Eu fiquei
preocupada com o que Kathleen iria fazer na vida de seu filho. Aliás, ele está
tão apaixonado. Não é mesmo?
- Sim. Você tem razão. Ele anda
apaixonado até demais pelo meu gosto. Mas não se preocupe, com Hiroshi eu tomo
minhas providências. Agora, eu quero o mais rápido afastar essa Kathleen dele
de uma vez por todas.
- Senhor Takiro, eu espero que a nossa
conversa não seja pronunciada a Hiroshi. Ele jamais aceitaria a realidade dos
fatos.
- Eu entendo. - Ele diz, apertando as
mãos de Estela.
- Foi um grande prazer conhecê-lo!
- Igualmente, senhorita! - Ele responde.
De repente, Yuko aparece na sala e Takiro
a apresenta à Estela.
- Esta é Yuko. Ela foi namorada do meu
filho.
- Hum. Prazer, Estela Grimaldi! -Diz a
jovem sorrindo por dentro.
Um tempo depois, Hiroshi chega ao Brasil
com o seu pai e Kathleen os encontram no aeroporto internacional Afonso Pena.
- Eu estava morrendo de saudades suas,
Hiroshi! Eu e Vinícius.
Hiroshi encara sério o jeito de Kathleen
e diz ao pai:
- Eu preciso ficar sozinho, meu pai!
- Claro, meu filho! - Ele responde.
Kathleen estranha a atitude do rapaz e
comenta:
- Hiroshi, esse é o seu pai?
- Sim. - Interfere Takiro. - Eu sou o pai
dele. Meu nome é Takiro.
Hiroshi fica em silêncio.
- Prazer em conhecê-lo, senhor Takiro.
Meu nome é... - Ia dizer ela, quando ele responde.
- Eu já sei qual é o seu nome. Filho, eu
vou deixá-lo à sós. – E se afasta friamente.
- Hiroshi, o que deu nele?
- Kathleen, podemos conversar?
- Claro, mas que cara é essa? O que
houve?
- Eu preciso saber de uma coisa e só você
pode me dizer.
- Tudo bem. Então, fale!
- Você ama o Wellington? -Ele pergunta.
- Como? - Ela fica assustada, pois a
pergunta bate no fundo da alma. - Eu não entendo, Hiroshi.
- É claro que você entende Kathleen. E
não se finja de sonsa porque você não é. Você ama esse tal de Wellington ou
não?
- Hiroshi, porque não conversamos sobre
isso em outro lugar?
- Chega! Pára com isso, Kathleen! Eu
quero a resposta! Olhe no meu rosto e diga que gosta dele de verdade.
Kathleen fica sem saída no ato e seu
silêncio parecia dizer algo.
- Você o ama, não é? Como eu sou tão
idiota em lhe perguntar uma coisa, que eu sei qual é a resposta. Talvez, isso
prove a minha certeza! - Ele tira do bolso algumas fotos recentes e Kathleen
fica indignada.
- Como isso foi parar aí?
- A pergunta certa é: como eu fui tão
idiota em ter acreditado no seu amor?
- Hiroshi, eu não queria! Eu juro! - Diz
ela, pegando as fotos.
- Fique com elas. São todas suas. - Diz
ele.
- Por favor, Hiroshi! Eu te amo muito e o que
rolou entre eu e o Wellington não foi nada sério. Eu não o amo como amo você!
- Pára de mentir pra si mesma! Chega! Será que
você não percebe que está tudo terminado entre a gente.
- Não!! Não faz isso comigo! - Ela se angustia.
- Kathleen, eu jamais vou ganhar um lugar no seu
coração. Sabe, eu devia ter seguido os conselhos do meu pai e não deveria ter
me prendido a você. Bom, como as coisas não saíram conforme eu planejei, então
segue sua vida Kathleen que eu seguirei a minha.
- Hiroshi...
Ele se afasta devagar.
Kathleen se lamenta sozinha com as fotos
e culpa Wellington, pensativa.
Já na escola, os ensaios continuam sob a
supervisão da professora, que ensina os estudantes a dançar. Cecília ensaia com
Ariosvaldo e Daisy se sente enciumada. Mel fica na expectativa de que a sua
melhor amiga se dê bem com o estudante.
Kathleen chega em casa aos prantos e
Sheyla, que ajudava nos afazeres da casa, fica assustada com a amiga.
- O que houve contigo?
- Mamãe, por que está chorando? - Vinícius
interfere.
Kathleen abraça o filho e diz, sofrida:
- Eu vou cuidar de você, meu filho. Eu
jamais vou precisar de homem nenhum nessa vida.
- Amiga, por que está dizendo isso? - Sheyla
fica assustada mais ainda.
- Os homens não prestam. Nenhum deles.
- Tudo bem, mas conte o que realmente
houve contigo, mulher?
- Hiroshi não quer mais saber de mim e
tudo por culpa do Wellington.
- Mas ele parecia tão legal e tão
apaixonado. O que fez mudar de ideia?
- Eu traí ele, Sheyla. Deixei-me levar
pelo Wellington e acabei perdendo o amor de Hiroshi. Foi isso que aconteceu!
- Eu sinto muito, amiga. E agora, o que
você fará?
- Eu não quero mais ninguém nessa vida.
Prefiro ficar sozinha com o meu filho, que eu ganho mais. Cansei de ser
humilhada.
Sheyla consola a amiga e Vinícius
comenta:
- Não, mãe! Deixa que eu cuido da
senhora. - Aquelas palavras lhe traz um belo sorriso de ambas.
Dias depois, a festa do rei e da rainha
da primavera acontece. Todos os alunos dançam com o som alto da festa.
Ariosvaldo e Daisy curtem a noite e Cecília respira fundo. De repente, a
professora inicia a formação dos casais e os estudantes procuram seus pares. A
música lenta começa a rolar.
Ariosvaldo e Cecília se posicionam de
frente ao outro e começa dar os primeiros passos no chão. Cecília se alegra por
dentro ao dançar pela primeira vez com o rapaz em uma festa da escola, pois
nunca teve essa oportunidade.
- Eu não sabia que você dançava tão bem. -Diz
ela.
- Nem eu jamais imaginei que estaria
dançando. Nunca fiz isso com ninguém.
Daisy percebe de longe a aproximação.
- Você é um cara legal. Quero ser pra
sempre a sua amiga!
- Você também é legal, Cecília! É a
menina mais simpática que eu havia conhecido.
- É uma pena que nós dois nos
distanciamos um pouco.
- É melhor essa distância. Eu estou com a
Daisy e não quero estragar o que está sendo bom pra mim.
- Eu entendo perfeitamente.
- Mas a nossa amizade continua firme e
forte.
- Ainda bem, né? Eu me sentiria culpada
se tivesse perdido até isso. Já lhe causei tantas mágoas no passado.
- Não quero falar sobre isso.
- Mas eu cometi, Ariosvaldo! Eu fui tola
em não ter percebido o quanto você é uma pessoa bacana, verdadeira. Eu te perdi
porque fui burra, insana, uma completa idiota.
- Cecília, você não está bem. Acho melhor
pararmos por aqui.
- Espere! Desculpa por ter falado tudo
isso. Mas eu precisava dizer o que estou sentindo por dentro.
- Por que se importa comigo agora? - Ele
se afasta um pouco. - Antes, me jogava na cara que não se importava com o que
eu fazia e o que eu deixava de fazer. Agora mudou a sua opinião. O que houve
hein? Cansou de ser a queridinha da turma, a nota dez da escola? Cansou de ser
a estudante CDF que passava em todas as matérias?
- Eu mudei como você mudou, Ariosvaldo!
Antes, eu era uma garota mimada, sim. Popular da escola. Mas hoje eu sou
diferente, eu penso diferente. Eu estou disposta a corrigir todos os meus
erros. Eu sou humana, poxa! Quem não erra nessa vida?
Daisy percebe Ariosvaldo está um pouco
diferente com ela.
- Cecília, eu não me importo com a sua
mudança.
- Eu não acredito nisso, Ariosvaldo! Eu
sei que ainda existe um coração aí dentro que ainda bate pela minha pessoa.
Você que não quer reconhecer a paixão que ainda sente no seu íntimo.
De repente, as luzes se apagam e a música
pára. Cecília aproveita o escuro e tasca um beijo em Ariosvaldo que se rende.
Daisy liga a lanterna do seu celular e flagra os dois. As luzes voltam.
- Você está a fim de roubar o meu
namorado, Cecília? - Ela se zanga, fazendo todos pararem.
Cecília fica imóvel e Ariosvaldo não
responde palavra alguma.
Atenção: Para dar continuidade a leitura de "Encontros Casuais", a obra está disponibilizada nos seguintes links:
Comentários
Postar um comentário
Deixe o seu feedback sobre o que ando postando regularmente!