Rubi pensa num jeito de pôr Nair contra
Teófilo outra vez, dessa vez, colocando o primo dela, Irineu, no meio da
situação, já que ela descobrira um fato novo na família da madrasta. Irineu era
apaixonado por Nair, quando ela conhecera Teófilo. Esse era um dos motivos que
o deixava enciumado, quando a encontrava com o primo num momento de diálogo. A
adolescente descobrira através de uma simples conversa dos dois na cozinha, o
que aparentemente parecia normal. Irineu contava a Nair das lembranças que
tinha nos tempos da juventude, que pescava com o pai na rede e que sonhava em
construir uma família. Às vezes, ele até brincava que iria se casar com ela um
dia, se fosse possível que isso aconteceria. Nair não se importava muito com
essas piadas de Irineu e sempre ficava na dela. Com isso, ele não parava de
cercá-la o tempo todo, mandando cartas de amor, declarações ao pé da letra e
presentinhos. Isso acontecia bem antes dela conhecer Teófilo, que hoje era o
seu atual marido. Depois de anos, Irineu casou-se e esqueceu a prima um pouco.
Tivera dois filhos, mas se separou no ano seguinte. Foram dois anos de
relacionamento. Nair casou-se também e tivera um filho único. Arthur. Teófilo
já era um homem divorciado na época e a única filha que tinha era a Rubi, no
qual ficou com ele até os tempos atuais. A mãe de Rubi foi embora e nunca mais
deu notícias. Hoje, as coisas mudaram um pouco, mas a vida permanece. Mas
quanto á Irineu e Nair. Ele ainda sente algo por ela, mas esse sentimento tão
desejado da parte dele não pode ser correspondido. Caso contrário, a casa cai
pra Nair de vez!
- Pai, sabe quem veio aqui visitar a
Nair? - Rubi decide fazer uma intriga, ao ver o seu pai chegar em casa.
- Não. Quem esteve aqui? -Ele fica
curioso.
- O Irineu, primo dela. -Ela responde, com
ar de cinismo.
Teófilo se encabula.
Daisy encontra Cecília no fim da aula e
decide conversar com ela.
- O que você quer com o Ariosvaldo, hein?
- Eu. Eu não quero nada com ele.
- Tem certeza? -Ela pergunta.
- Mas é claro. Eu sou amiga dele. Por que
até nisso não posso ser?
- Não é isso que eu vejo Cecília!
- Daisy, eu não vou me afastar do
Ariosvaldo por causa de ninguém.
- Ok! Eu não vou deixar você entrar no
caminho dele entendeu? Ariosvaldo está comigo agora e você perdeu! -Ela sai,
deixando-a descontente.
Ezequiel reencontra Yoná caminhando pela
praça e os dois decidem parar pra conversar um pouco. De repente, Keyla aparece
de surpresa e o chama.
- Pai!
Ezequiel vira-se e encontra a filha que
se surpreende ao ver Yoná por detrás de suas costas.
- Você tem uma filha? -Pergunta Yoná
surpresa com a cena.
- Sim. -Ele responde, meio constrangido.
Keyla decide cumprimentá-la em frente ao
pai.
- Oi. Meu nome é Keyla.
- Prazer em conhecê-la. Sou Yoná. -Ela
diz, gentil.
- Bom, eu já vou indo. -Disfarça a jovem.
- Filha, o que você queria falar comigo? -Interrompe
Ezequiel.
- Nada importante, meu pai. Bom, até
logo, Yoná!- Ela se despede e sai devagar.
Yoná sorri com a cena e Ezequiel a
encara.
- Desculpe por não ter lhe dito.
- Não precisa se desculpar, pois também
eu não lhe disse algo.
- O que eu ainda não sei de você, Yoná?
- Eu também, Ezequiel. Tenho uma de
quinze e outro de dezessete anos. -Ela responde.
- Oh, eu não imaginava.
- Pois é. Eu também não imaginava como seria
a sua reação quanto a isso. E você? Quantos filhos têm?
- Eu tenho dois também e pra completar o
clã da família, tenho um neto.
- Que bom Ezequiel! Mas você não mentiu
sobre o seu casamento, não né? -Ela decide arriscar a pergunta.
- Não. Eu não menti. Eu sou divorciado,
Yoná!
Wellington percebe que Kathleen está
sozinha em casa novamente e decide bater a porta de sua casa.
- Oi! Que bom te ver de novo! -Ela se
surpreende ao atendê-lo.
- Pra mim, é maravilhoso te encontrar.
Alguém em casa?
- Não. Eu estou com o Vinícius. Meu pai
deu uma saída e minha irmã também.
- E o seu namorado?
- Ele foi para o hotel. Por quê?
- Por nada. Apenas perguntei.
- Wellington, como você pode perceber, eu
estou um pouco ocupada. Se você quiser conversar, vai ter que esperar um pouco
até eu ajeitar as coisas, ok? Minha casa tá tão bagunçada. Não repara não tá!
- Tudo bem, Kathleen. Mas a minha visita
aqui é bem rápida.
- Bom, se é assim!
Wellington pega na mão de Kathleen que
fica séria e preocupada.
- Bom, pra início de conversa, eu não vim
a Minas a toa não. Eu vim por um motivo forte, um motivo que explica toda a
minha angústia, que me tira totalmente do sério. Eu não aguento mais viver
pensando se um dia eu lhe perderia de verdade, porque não é isso que eu quero.
Eu posso ser do tipo de cara que curte, que não namora sério e que enrola
qualquer uma, mas de uma coisa pode ter certeza. Eu tenho sentimento como
qualquer pessoa. Eu sei a hora certa de agir, o momento certo de me declarar,
enfim, eu sei reconhecer quando eu estou certo da minha decisão. -Ele pára um pouco e suspira, deixando ela
totalmente confusa e séria.
- Wellington, o que está tentando fazer?
- Eu preciso te falar. Se não for agora,
nunca mais será.
Kathleen afasta suas mãos das dele e fica
trêmula. Ele continua.
- Agora, nesse exato momento, eu sei o
que eu mais quero pra minha vida. Não se trata do meu envolvimento com a
Estela, da minha curtição com outras meninas, mas sim, de você, Kathleen, que
me fez perceber que a vida não é feita apenas pra se curtir, mas pra
aproveitar, enquanto estamos vivos.
- Wellington... -Ela ia dizer algumas
palavras, mas ele a detém.
- Não fale nada. Por favor! Me deixa
tomar coragem pra dizer que eu não sei viver sem a sua presença. -Ele se
aproxima e a beija nos lábios levemente.
Kathleen se rende ao fascinante beijo do
rapaz e não demora muito cair a ficha de que ela está realmente encantada pelo
fato de ele ter se declarado a ela naquela hora, naquele exato dia, em que sua
família estava ausente de casa.
Mas por um segundo, a magia
termina..........
Ela se afasta dele rapidamente, pensando
em Hiroshi, que certamente não lhe saíra de sua mente.
- Eu não estou entendendo qual é a sua,
Wellington. Acho melhor a gente parar por aqui. -Ela desvia o assunto.
- Desde o dia em que te vi, eu não deixei
de pensá-la em um só momento. Eu voltei pra te ver de novo.
- Não! Você não pode fazer isso comigo.
Não agora que estou namorando. Você não tem esse direito.
- Tenho sim, Kathleen, por que eu te amo.
Por que eu sempre te amei desde o primário, desde a nossa infância. Eu nunca
tive coragem de lhe dizer isso pessoalmente e agora, percebo o quanto fui
errado em ter lhe deixado escapar de mim durante todo esse tempo.
- Wellington, não faça isso! Você tem uma
vida diferente da minha. Eu não sou importante no seu mundo.
- Você está enganada, Kathleen. Não
importa o meu mundo, a minha vida. O que importa é você! -Ele se aproxima
novamente e a beija nos lábios de novo.
Dessa vez, Kathleen percebe que aquele
sentimento preso em seu coração se liberta e vira totalmente a sua cabeça,
incluindo todos os pensamentos do passado, quando ela fazia planos pra se casar
com ele na plena adolescência.
“- Você promete que vai se casar comigo? -Ele
perguntara a ela há um tempo atrás brincando.
- Sim. Eu me caso com você, sim,
Wellington. -Ela respondera em imediato sorrindo.
Ele pegara em sua mão e beijara
delicadamente.”
Aquela cena ficaria guardada em suas
lembranças eternamente.
Hoje, aquela lembrança esquecida
permanecia viva e tinha uma grande influência em fazer com que aquele encontro
se tornasse forte outra vez.
De repente, o detetive contratado por
Estela vê a cena dos dois na porta da casa da jovem e tira algumas fotos pra
levá-las a sua contratante. Ao cair nas mãos da Estela, a sua raiva aumenta em
imediato.
- Vocês dois vão me pagar bem caro. -Ela
responde, furiosa.
- E agora, o que a senhorita irá fazer? -Ele
pergunta.
- Bem, eu vou ter que usar a minha arma
contra essa mulher. Eu vou contar com o seu sigilo total sobre esse assunto.
- Tudo bem, mas vê se não complica o meu
lado, ok?
- Não se preocupe. Eu sou consciente do
que faço. Aqui estão os seus honorários. Obrigada por mostrar a sua dedicação a
esse trabalho! -Ela lhe agradece.
O detetive se retira de carro e ela fica
pensativa com as fotos nas mãos.
- É, Estela! Chegou a hora de mostrar que
você não joga pra perder.
Kathleen se afasta outra vez de
Wellington que fica intrigado.
- Acho melhor você ir embora agora!
- Kathleen, eu te amo. Por que me trata
assim?
- Preciso que me esqueça. Eu estou feliz
com Hiroshi e com o meu filho.
- Não te entendo. Você retribuiu o meu
sentimento. Como pode se enganar desse jeito?
- Wellington, por favor, me deixa seguir
a minha vida em paz!
- Eu tinha que fazer isso. Eu tinha que
te provar que não sou feliz sem você.
- Vá embora! Me esquece! -Ela escancara a
porta. -Eu amo Hiroshi. Eu quero ser feliz ao lado dele.
- Você me magoa dizendo essas palavras.
Acho melhor eu ir mesmo. -Ele sai porta afora, desconsolado.
Kathleen percebe que cometera um grande
erro, mas não volta atrás.
Nair arruma a mesa quando Teófilo a
encontra.
- Nair, precisamos conversar.
- Qual é o problema agora?
- Por que Irineu estava aqui em casa?
- Ora essa. Irineu é meu primo e veio me
visitar.
- Eu sei que ele é o seu primo, mas eu
não permito que ele frequente essa casa sem a minha presença.
- Eu não vou afastar o meu primo por
causa de um capricho seu. Se você não permite, eu permito.
- Por que está tão interessada que o seu
primo fique?
- Como eu lhe disse, é o meu primo. Faz
parte da minha família.
- Claro. Ele achava que você também era
da família, quando começou a cercá-la com aquele papo de estar apaixonado?
- O que está insinuando, Teófilo? Aquilo
foi passado.
- Sim, foi passado, mas pode voltar ao
presente, se você deixar.
- Irineu é apenas meu primo. Ele esqueceu
aquela história.
- Agora quer que eu acredite nisso?
- Você está me ofendendo. Acho melhor eu
cuidar das minhas roupas, senão eu perco o meu tempo.
- Eu só quero que você escreva no seu
caderninho: enquanto eu viver, Irineu não põe os pés aqui dentro. -Ele se ira.
Estela bate a porta de Kathleen, que
atende gentilmente.
- Oi, posso ajudar? -Pergunta ela.
- Oi. Procuro por Kathleen.
- Sim. Sou eu mesma.
- Ah, é você? -Ela se surpreende ao vê-la
e tira os óculos do rosto. - Meu nome é Estela Grimaldi. Sou a namorada e
futura noiva de Wellington Campos Rodrigues.
Kathleen se assusta com a jovem.
Próximo Capítulo: 17/06 (20hs)
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