Rubi chega em casa ouvindo um mp3, quando
Teófilo a encontra.
- Filha, onde estava? Fiquei preocupado!
- Paizinho do meu coração, não precisava
ficar preocupado com a minha ausência. Eu saí com algumas amigas.
- Vê se da próxima avisa tá bom, minha
princesinha.
- Tudo bem! Eu vou para o meu quarto
agora. Estou super cansada.
- Vai, minha filha. Vá descansar!
Nair ouve da escada e comenta pra si
mesma:
- Que pai cego, meu Deus!
De manhã, Ariosvaldo encontra Cecília no
parque e decide falar com ela de novo.
- Oi! -Ele diz.
- Oi, Ariosvaldo. -Ela cumprimenta.
- O que faz por aqui sozinha?
- Eu estou esperando uma amiga.
- Ah, bem. Cecília, posso te fazer uma
pergunta?
- Depende da pergunta, Ariosvaldo.
- Bem, eu só queria saber o que você
realmente sente por mim?
- Bem, você sabe perfeitamente o que eu
sinto por você. Aliás, você está cansado de ouvir isso.
- Eu não quero ser seu amigo, Cecília. Eu
quero ser mais do que isso.
- Por favor, me esqueça, ok! Esqueça
desse sentimento que tem por mim, que não vai dar em nada mesmo. Tudo o que eu
quero de você é apenas amizade e ponto. Será que é tão difícil entender ou você
quer que eu desenhe?
- Não é difícil, Cecília, mas não é fácil
pra mim.
- Te enxerga, Ariosvaldo! Você seria o
último cara que lhe daria uma chance. Procura outra e me esquece!
- Desculpa por ter lhe enviado aquela
carta.
- Cara, você é um grande amigo, um
parceiro, mas eu não sou a pessoa certa pra você, não. Você merece uma pessoa
melhor. Eu sei que você vai encontrar alguém melhor. Desculpa por te falar
isso! -Ela diz e sai, deixando o rapaz abatido.
Wellington passeia pelas ruas da cidade
de São Lourenço, quando encontra Kathleen com o filho no portão de sua casa.
- Kathleen, como vai?
- Wellington, que prazer te ver de novo!
- Pois é eu estava passando e acabei
encontrando a sua casa.
- Que bom que a gente se reencontrou de
novo!
- Bem, eu não sabia que você morava ainda
aqui.
- Sim. Eu moro com meu pai e uma irmã.
- Como está o Vinícius?
- Bem. Você aceita entrar pra tomar um
café?
- Claro. Eu adoraria. -Ele sorri, alegre.
Kathleen fica feliz com a resposta do
amigo.
Rubi decide sair pra escola, quando
encontra Débora no ponto, esperando o ônibus. Ela decide provocar.
- Oi, Débora. Eu soube que você andou
falando de mim pra diretora. Por que fez isso, se eu não te dou ideia?
- Rubi, não se faça de sonsa, por que
você não é. Você sabe muito bem o que fez no refeitório.
- O que eu faço e deixo de fazer, é
problema meu. Tá legal!
- Rubi, você pode enganar o seu pai, mas à
mim você não me engana.
- Lava a sua boca antes de falar do meu
pai.
- Eu não disse nada que o ofendesse.
- Escute aqui, garota! Eu vou acabar com
a sua raça na escola. Você pode apostar que eu não vou deixar barato, não! Sua
dedo-duro!
- Rubi, você não me mete medo!
- Isso é o que você pensa, Débora! -Ela
lhe dá um soco no meio do rosto.
Débora revida em Rubi e as duas começam a
brigar.
De repente, Simone chega na hora e
defende a filha contra Rubi.
- Só podia ser você, a armadora de
confusões!
- Mãe, ela partiu pra cima de mim à toa. -Diz
Débora indignada.
- Você não tem vergonha Rubi, de brigar
no meio da rua? O que o seu pai vai achar disso, hein?
- Por que você não me deixa em paz,
Simone? Essa briga é minha e da sua filha, que faz fofoca de tudo.
- Me respeite, pois sou mais velha do que
você, garota. Você está brigando com a minha filha e eu tenho direito de
defendê-la.
- Claro. Você e a sua filha são farinhas
do mesmo saco. Vê se fala pra sua filha não se meter comigo, não!
- Garota, isso não vai ficar assim, não!
Você que se atreva a mexer com a minha filha de novo! Seu pai vai ter
conhecimento dessa história, ok?
- Eu não estou nem aí pra você, Simone. -Ela
sai, deixando a cabeleireira num ataque de nervos.
- Mãe, o que a senhora vai fazer agora?
- Oras, eu vou ligar pro Teófilo e vou
contar tudo o que houve com você. Ele vai ter que tomar uma atitude.
- Não vai adiantar, mãe. A senhora vai
comprar uma briga feia pra nada. Todo mundo sabe que a Rubi tem panos quentes.
- É verdade, filha. Teófilo é
completamente cego em relação a filha. -Diz Simone, irada por dentro.
Wellington toma um copo de café na sala
ao lado de Kathleen, que sorri feliz.
- Como está o café?
- Muito bom. Obrigado!
- Bem, o que faz aqui em Minas?
- Eu estou á trabalho. Eu vim fazer uma
visita a um amigo que tem um projeto de construir um edifício por aqui mesmo.
- Que legal! Então, não mora por aqui?
- Não. Eu estou morando em Curitiba com
uma irmã caçula.
- E seus pais?
- Eles não vivem mais juntos. Ambos estão
separados e viajando.
- Deve ser chato viver sem a presença
deles?
- Um pouco, mas nada que o trabalho me
distraia a atenção. E os amigos da escola? Você ainda os vê por aí?
- Não. É muito difícil encontrá-los.
- Ah, bem! -Ele diz desanimado.
- Eu também passei por alguns períodos
difíceis na vida. Como você pode observar, até um filho, eu já tenho.
- Eu fiquei impressionado com essa
novidade. Você é tão nova!
- Pois é, eu tive uma forte decepção com
o pai do Vinícius. Eu acreditava que formaria uma família ao lado dele, mas me
enganei totalmente. Ele me deixou grávida e não quis saber do filho. Depois de
certo tempo, ele voltou e registrou o Vinícius praticamente obrigado pela mãe.
- E vocês estão juntos agora?
- Não. Eu não quero saber mais do Fábio,
não! Tudo o que eu quero é cuidar do meu filho e ter paz.
- Ele visita o filho?
- Sim. Mas quando ele quer, Wellington. E
você? Acabei falando da minha vida e esqueci-me de perguntar sobre a sua. Você
é casado agora? Namora? O que faz?
- Estou ficando. Não estou pronto pra
casamento agora. Pra te dizer a verdade, minha vida sentimental está bastante
confusa.
- Desculpe te perguntar, mas por quê?
- Por que eu ainda acho que não encontrei
uma pessoa certa pra mim.
- E essa sua ficante? Ela não pensa em
namorar sério?
- A Estela? Ela quer muito isso, mas eu
sempre evito e não é só por isso. Também tem o sentimento que está em jogo. Eu
não quero me comprometer com uma pessoa sem saber realmente se é aquilo mesmo
que eu quero. Em minha opinião, o que conta é o amor.
- Eu entendo o que você pensa à respeito.
Eu também penso assim como você.
- Então, você sabe como me sinto em
relação à Estela, né?
- Claro. -Ela responde. -Se
arrependimento matasse, eu não estaria viva agora.
- O meu relacionamento com a Estela não
passa de apenas uma curtição. Só isso! -Ele
responde, bebendo mais um gole de café.
Estela dialoga com Cecília:
- Curtição é tudo que o Wellington pensa
da nossa relação. -Diz Estela, bebendo um capuccino com Cecília.
- Pelo menos, você não está sozinha?
- Tem razão. Eu tenho sorte em ter seu
irmão, sabia?
- Eu sei disso. Ele gosta muito de você,
Estela!
- Eu não acredito muito nisso, não.
- Por que diz isso, ora?
- Por que se ele me amasse de verdade,
pelo menos, me ligaria né? Ele está em Minas há dois dias e não telefonou pra
mim ainda.
- Estela, meu irmão está lá á negócios.
- Mesmo assim, Cecília. Eu sinto que o
seu irmão não liga a mínima pra mim.
- Estela, você devia deixar essa
insegurança pra trás. Wellington é assim bonzinho, mas no fundo, ele odeia quem
fica na cola dele.
- Eu sei disso, mas ele precisa saber que
eu não fico atrás dele por que eu quero. Eu tenho medo de perdê-lo, Cecília.
- Isso não vai acontecer, Estela. Tira
isso da sua cabeça!
- Tá legal! E se eu acreditasse que ele
nunca iria me trair, quem iria me garantir que Wellington se casasse comigo?
- Eu não sei, Estela. Eu só sei que você
precisa mudar um pouco esse seu jeito de ver as coisas ao seu redor.
À noite, Kathleen põe Vinícius pra
dormir, colocando sobre ele o cobertor alaranjado com fiapos verdes e o beija
em seu rosto, desejando-lhe uma boa noite de sono. Ela apaga a luz do quarto e
deixando a porta encostada.
Wellington a espera na sala, quando
depois de cinco minutos, ela volta.
- Foi um prazer conversar com você, Kathleen,
mas tenho que ir. -Diz ele.
- Obrigada por ter me feito companhia
hoje. Foi muito divertido a nossa conversa. Se você quiser voltar outras vezes,
fique à vontade!
- Claro. Eu vou gostar muito de visitá-la
novamente.
De repente, a campainha do seu celular
toca e ele atende:
- Alô! Oi!
- Wellington, onde você está?
- Eu estou em Minas, Estela.
- Meu amor, você não liga e me deixa sem
notícias. O que houve com o seu celular?
- Eu esqueci de recarregar a bateria.
Desculpe!
- Quando você volta?
- Eu não sei, amor. Eu acho que devo
voltar depois de amanhã. Tá legal?
- Wellington, estou sentindo muito a sua
falta.
- Eu também. Preciso desligar agora!
- Vê se não me esquece, ok?
- Claro. Eu te amo! Tchau! -Ele desliga o
telefone.
- Wellington! -Ela ouve o sinal cair. -Droga!
- Sua namorada deve te amar muito, ne? -Pergunta
Kathleen ao ouvir o diálogo pelo viva-voz do celular.
- Você ouviu tudo, né? -Ele pergunta
envergonhado a amiga que sorri indiscreta.
- Sim. Deixa eu te perguntar uma coisa:
ela não é apenas uma ficante, né?
- Bem, ela pensa que é minha dona, mas no
fundo, não é. Entende?
- Não precisa disfarçar, Wellington. Tá
na cara que ela não é apenas uma curtição na sua vida.
- Eu tô falando sério. A Estela pra mim é
apenas uma mulher que está comigo por estar. Eu não sinto absolutamente nada
mais do que uma forte amizade por ela. -Ele responde, sério.
Kathleen finge que acredita na versão do
rapaz.
Enquanto isso, Nair chega em casa e
encontra Teófilo na sala assistindo DVD com Arthur. De repente, o telefone toca
e Nair atende:
- Oi, Simone!
- Oi, Nair. Eu estou ligando pra te
contar algo.
- O que houve?
- O Rubi. Ela aprontou de novo. -Diz ela,
contando-lhe tudo por telefone.
No fim da conversa, Nair encara Teófilo e
diz:
- Teófilo, sua filha aprontou de novo.
- Como assim, aprontou? Minha filha é uma
menina boa.
- Teófilo homem, Simone acabou de me
ligar agora há pouco.
- Simone. Sempre a Simone. Ela é a única
que se queixa da Rubi.
- Tenta entender, Teófilo. Sua filha
implicou com a Débora de novo. Não é a primeira vez que isso acontece.
- Ela põe muito o pano quente por cima da
Débora. Rubi não iria brigar à toa. Ela deve ter tido motivos.
- Você apóia muito a Rubi, Teófilo! Será
que você não percebe que ela não é uma santa?
- Nair, eu não quero discutir com você agora.
Me deixa assistir o filme em paz, tá legal?
Nair fica perplexa e sai, levando Arthur
para o quarto.
No dia seguinte, Ariosvaldo chega na sala
de aula e Daisy pergunta:
- O que houve contigo pra se atrasar
tanto assim?
- Eu tive um problema em casa.
De repente, surge Cecília na porta e se
senta em sua frente, jogando os cabelos pra trás, como se fosse de propósito.
Ariosvaldo se perde na jovem e Daisy lhe faz uma pergunta:
- Ariosvaldo, você trouxe o trabalho de
biologia?
Ele fica fascinado com a jovem em sua
frente e não responde.
- Ariosvaldo? Acorda! -Diz Daisy, brava.
- Ah, o que houve Daisy? -Ele desperta.
- Você está bem? Eu te fiz uma pergunta e
você está em outro mundo.
- Desculpe, mas eu não ouvi. Pode
repetir?
- Ariosvaldo, desencana dela! Ela não
gosta de você.
- Eu sei, Daisy. -Ele diz chateado. -Eu
prometo que vou mudar. Ok? Sei que estou
sendo um tolo em achar que ainda tenho chances, mas o que eu posso fazer?
- Você diz isso o tempo todo, Ariosvaldo.
- Agora é diferente, ok?
- Amigo, o dia que você mudar suas
opiniões, me prove pra eu ter certeza. -Diz Daisy, encabulada.
Teófilo chega no quarto de Rubi e a
encontra teclando no computador.
- Filha, eu soube que você brigou com a
Débora. O que houve?
- Pai, ela implica comigo o tempo todo.
- Você não devia se meter mais com a
filha daquela mulher.
- E aceitar as provocações dela? Nem
pensar!
- Da próxima vez, não ligue, minha filha.
Eu estou cansado de comprar a sua briga com a Simone. Se você sabe que ela
defende a filha com unhas e dentes, não se humilhe.
- Tudo bem, pai. Eu não vou mais brigar
com a Débora. Mas se ela me ofender ou ofender o senhor, eu vou partir pra
cima.
- Esquece isso, tá bom! Você sabe que eu
te amo muito. Não quero ver minha filha sendo vítima de briga em rua.
- Pode deixar, pai. -Ela se alegra por
dentro.
Nair ouve a conversa dos dois e encara
Rubi de cima a baixo. A adolescente deixa o pai sair e diz pra madrasta.
- Vai ficar olhando?
- Rubi, como você é falsa, hein?
- Se liga na parada, Nair! - Ela bate a
porta.
Próximo Capítulo: 10/05 (20hs)
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