Ela abre a porta com cuidado para não fazer
barulho e ouve vozes, que saem do quarto. Com passos leves, ela se dirige até o
quarto e assiste a cena que seus olhos jamais queriam ter visto. Suzi estava se
sentindo nas nuvens ao lado de Matthew que também parecia bem à vontade. Os
dois transavam ali diante dos seus olhos naquele quarto, e da porta semiaberta
podiam ver a cena claramente. Os gemidos dela ecoavam pelos cômodos e enquanto
ele, a pegava de um jeito tão safado e provocador. Christine se sentiu mal, completamente
no chão ao ver o seu próprio marido penetrando aquela mulher, que agarrava o
corpo dele e com as pernas tocando nas nádegas. Sua mente só dizia uma coisa:
que entrasse naquele quarto e despejasse tudo o que estava sentindo. As
lágrimas dos olhos de Christine escorriam pelos seus olhos, apesar do ódio que
estava contido em seu ser. Não adiantaria fechar simplesmente fechar os olhos
pro que estava ocorrendo em sua vida e ir pra casa, fazer as tarefas do dia a
dia e dizer a mesma ladainha pro filho de que o pai estava trabalhando e logo,
estará de volta. E toda aquela raiva se transformou em verdadeira fúria. Com os
nervos à flor da pele, ela não hesitara. Apenas deixou-se levar pela sua
atitude de mulher traída e com ódio dos dois, entrou naquele cômodo adentro,
assustando os dois amantes.
– Sua salafrária, bandida! Como você pode
fazer isso comigo? Vagabunda! – Christine empurra a porta do quarto e brava,
sem se importar de que estavam totalmente nus naquele quarto, empurra Matt ao
chão.
Suzi e Matt ficam perplexos ao encontrá-la
ali naquele exato momento.
– Christine, eu posso explicar tudo. – diz
Matt, tentando controlá-la.
– Cala a boca, Matt! – Ela lhe dá um soco no
rosto e o empurra mais uma vez, fazendo-o dessa vez bater com a cabeça na
parede.
Ela avança sobre a Suzi, totalmente nua e a
agarra pelos cabelos, a jogando no chão também. As duas trocam tapas e puxões e
Matt redobrando a consciência, decide controlar a situação.
– Sua ordinária! – Ela soca a face de Suzi,
lhe dando murros. – Se fingia de minha amiga, pra ser servida pelo meu marido.
Cretina! Falsa!!
– Eu te odeio, Christine! – Ela, diz se
revelando a sua arqui-inimiga.
– Sua puta! Gostou de ser comida pelo meu
marido?
Matt fica desesperado e tenta afastar as
duas, tirando a sua mulher das garras da amante.
– Me solta que eu quero acabar com a vida
dessa mulher! – diz Christine, furiosa.
Suzi se levanta do chão brava nesse
instante, querendo revidar a agressão.
– Seu marido sabe muito bem fazer gostoso.
Christine se solta dos braços de Matt e
cospe no rosto de Suzi.
– Vai embora, Christine! – diz Matt,
colocando a mulher da porta do quarto pra fora e pegando no braço de Suzi, a
detendo de encostar a mão nela.
– Pode ficar tranquilo, Matt! Eu vou embora.
Eu não tenho mais nada pra fazer aqui neste lugar. Ah, e antes que eu me esqueça: fique com ela, Matt! Sei que
ela vai te fazer mais feliz do que eu, porque vocês dois realmente se merecem.
– diz Christine, com um olhar sério e totalmente descomposta.
Suzi a encara com um olhar sério e Matt fica
sem palavras.
– Nunca mais quero ver a sua cara, bandida!
Safada! – Ela diz a rival. – Fingia ser minha amiga, mas no fim não passava de
uma cobra apenas. Até da minha comida, provou! Eu te odeio também, Suzi! Sua
ladra de maridos!
E ela sai porta afora imediatamente.
Suzi
deixa Matt por alguns segundos e segue Christine, dizendo:
– Vai embora mesmo! Eu não tenho culpa se o teu marido me
deseja. Ele sente mais prazer comigo do que com você.
Christine
volta a encará-la novamente com um olhar ameaçador e Matt tenta colocar Suzi
pra dentro.
– Parem as duas com isso! Christine, ...
–
Vocês dois me dão nojo! – diz Christine, pegando o elevador depressa.
Matt
decide ir atrás de Christine e Suzi o impede.
– Já não basta o que ela causou aqui, Matt? Por que vai atrás
dela?
– Porque ela ainda é a minha mulher. – diz Matt, revoltado
colocando as roupas depressa, saindo porta afora também.
Suzi
se sente abandonada.
Dias se passam e o delegado recebe o telefonema
do desconhecido sequestrador de Brendha, marcando o encontro para tal horário a
fim de negociar a troca do dinheiro pela menina. Matt é comunicado do encontro
e decide se preparar pra agir. Já Christine decide pedir a separação e pensa em
levar o filho Renan pra casa de uma irmã que mora em outra região próxima dali.
Embora não concorde Matt não consegue impedir a atitude da esposa e promete que
não desistirá de seu próprio filho. Christine e Renan decidem pegar o ônibus na
estação.
– Tem certeza de que quer mesmo fazer isso?
– questiona Matt.
– Eu preciso, Matt! Vai ser necessário nos
afastarmos um pouco.– diz Christine. – Espero que você fique bem!
– Eu vou sentir muito a sua falta. Você e a
do nosso filho!
– Matt, por favor, chega de lamentações!
Você não vai se afastar do seu filho por muito tempo. Eu vou permitir que o
visite. Renan precisa de um pai, mesmo que ele seja ausente. – diz ela, rígida.
– Por que está sendo tão dura comigo? Eu já
não lhe pedi desculpas por tudo que lhe causei?
– Desculpas não são o suficiente. Você
deveria saber disso, Matt! Mas não quero discutir com você sobre esse assunto
de novo.
Matt
abaixa a cabeça e abraça o filho Renan.
– Pai,
eu não quero ir embora sem você!
– Eu
vou estar sempre por perto, meu filho! Assim que meu trabalho terminar, eu vou
te visitar na casa da sua tia. Eu prometo!– diz Matt, triste.
– Pai,
eu te amo! – diz Renan, com lágrimas nos olhos e abraçando fortemente o pai.
– Eu
também, meu filho! Eu também te amo muito, viu? Você é tudo na minha vida.
Promete uma coisa para o seu pai?
– Sim,
pai! – diz Renan, atento, se afastando um pouco.
– Promete que vai cuidar de sua mãe? Ela precisa de você, meu
filho!
– Prometo, pai! Prometo, sim! – diz Renan, entristecido.
– Bom garoto! Agora, você precisa ir antes que perca o
ônibus. E lembre-se: seu pai te ama muito e nunca vai te abandonar.
Christine
interfere a conversa dos dois e diz a Renan:
–
Filho, o ônibus chegou! Precisamos ir agora!
Matt
acena pra Renan, que acompanha a mãe até a porta do ônibus.
– Christine,
saiba que eu não vou desistir do Renan. – diz o policial, determinado.
– Eu
sei disso, Matt! Mas não se preocupe: nosso filho estará bem e você poderá
visitá-lo sempre que possível. – diz ela, entrando com o filho no ônibus, que
se prepara pra partir.
Os
olhos de Renan se enchem de lágrimas diante da janela do veículo que aos poucos
se distancia.
De
repente, o telefone toca e Matt atende.
–
Matt, é Smith! Está pronto pra ir ao encontro?
– Ah,
claro! Eu já vou agora pra lá, Sr. Smith!
– E
quanto á Christine e Renan? – Ele pergunta. – Eles realmente foram embora da
cidade?
– Sim,
Sr. Smith! É difícil te falar isso, mas eu vou sentir muito a falta deles. –
diz Matt, triste. – Mas o que posso fazer né?
– É
verdade, Matt! O que podia fazer? E agora, como será a sua vida sem a Christine
e o Renan?
– A
vida continua, Sr. Smith e agora, eu estou determinado a terminar de uma vez
por todas com esse caso da Regina Winston.– diz Matt, equilibrado e convicto de
que vai resolver logo o crime que anda deixando todos preocupados e temidos.
Sem
perceber, alguém o observava disfarçadamente.
Enquanto isso, Suzi liga para o desconhecido
e comunica-lhe que Christine está fora da cidade com o filho, o qual o caminho
estará livre pra ela e o policial Matthew. O desconhecido avisa que a
prostituta deve continuar seguindo o plano normalmente, pois em poucas horas,
conhecerá o policial de perto e que fará suas negociações.
– O que você está planejando com este
encontro? – pergunta Suzi, curiosa.
– Eu vou entregar a ele todas as respostas
que ele procura. A morte de Regina, a morte de Anderson, Dinorah e D. Juliet.
– Então, você está por trás do caso de
Regina Winston? Muito interessante!
O desconhecido sorri e continua.
– Suzi, existem muitos segredos envolvidos
neste caso. Você nem imagina!
A jovem fica com uma expressão séria no
telefone.
Horas depois, Matt chega numa estação
ferroviária abandonada, local marcado pelo sequestrador e em uma de suas mãos,
ele carrega uma mochila em que está armazenado o dinheiro que fora pedido em
troca da liberdade de Brendha. Afastado dali, Sr. Smith espera o sinal do
policial pra agir. Matt se preocupa, mas também não demonstra receio. Agora era
tudo ou nada e ele tinha que correr esse risco. Enquanto isso, alguém chega de
carro e estaciona numa esquina ao lado.
– Que demora! O que será que ele está
aprontando? - Pensa Matt, sério.
De repente, ele decide gritar.
– Olá!!!!!! Alguém está aí? Eu acabei de
chegar. Por favor, me responda!
Depois de alguns minutos sem resposta, Matt
decide se sentar num banco de madeira e resolve esperar um pouco mais. Sempre
atento ao relógio, ele já estava se cansando de esperar.
– O que será que está havendo com Matt? Ele
está demorando muito a dar o sinal pra gente avançar. – diz Sr. Smith á um dos
oficiais que o acompanham na operação.
– Pode ser que ele esteja em perigo, senhor!
- responde um dos policiais que estava por perto.
Sr. Smith fica pensativo.
Matt decide cancelar a operação e sem
esperanças de que vai encontrar Brendha por ali com os bandidos, decide se
preparar pra ir embora, quando um desconhecido o chama pelo nome.
Matt vira-se pra responder.
– Pediram pra eu levá-lo até eles. – diz um
homem forte e alto.
– Ótimo!
E como vou saber que Brendha está bem? – pergunta Matt.
– Não se preocupe! Você já vai encontrá-la. Me
acompanhe! – diz o homem, deixando-o ir na frente.
Matt segue até um velho depósito e o homem o
manda abrir a porta. Ele obedece e ao abrir a porta, ele encontra as paredes
marcadas com os nomes das vítimas mortas inocentemente: Regina, Dinorah e
Juliet. A surpresa maior foi quando ele leu a seguinte frase: Os próximos são
Justine, Olivier e Christine. Quando ele ia se virar pra falar com o tal
desconhecido, um golpe é acertado em sua nuca, que o faz cair fortemente ao
chão.
Mais tarde, Matt desperta e se sente confuso
ao ver que estava numa grande sala toda iluminada, com as mãos amarradas por
trás da cadeira e seu corpo quase despido envolto por correntes fortes e
presas. De repente, a porta se abre e surge um homem negro com boné e roupa de
marca famosa e com um cigarro na boca. Ele tira os óculos pretos e encara
fixamente o policial, que pergunta:
– Onde estou e o que vai fazer comigo? – diz
Matt, sentindo dores em sua nuca.
– Não se preocupe! Você está seguro conosco.
Só não posso te falar ainda onde você está porque temos muito a conversar.
– Eu quero saber da Brendha. Como ela está?
– Vai bem, Matthew. – Ele responde.
– Posso saber o que você quer de mim?
– Claro. Você se lembra do velho depósito e
das marcações na parede?
– Como eu poderia esquecer. Me diga: você
também pegou Christine e o meu filho?
– Policial Matthew, eu costumo responder
perguntas ordenadamente. Então, eu vou te responder a primeira pergunta que me
fez: O que eu vou fazer com você, exato?
– Se for assim, tudo bem! Exato! – Consente
o policial.
– Bom, o que eu vou fazer com você é o
seguinte: eu lhe trouxe aqui porque quero ajudá-lo a desvendar todo o mistério
que envolve o caso Regina Winston e também particularmente a sua vida.
– Minha vida? Onde eu e a minha família
entramos nesse assunto da Regina?
– Simples. Você, Matt é a chave principal do
caso Regina Winston! Vou ser mais específico, caso não esteja entendendo. A sua
relação com este caso não é nada incomum. O fato, policial Matthew é que existe
uma relação muito forte entre você e a família de Regina. Você não sabe, mas
Regina o adotara como um filho secreto. Feliciano e nenhum de seus amigos
sabiam desse fato e a única que guardava esse segredo era a sua tia Juliet, que
sempre deu um jeito de te sustentar às escondidas.
– Quer dizer que Regina era como se fosse
uma mãe pra mim e Juliet sabia disso? Cara, você deve estar doido! Eu não faço
parte da família Winston.
Ele dá um sorriso largo e mexe com a cabeça,
dando a entender que ele não sabia nada a respeito desse fato.
– As coisas não parecem ser o que são.
Regina te conheceu na rua logo depois que seus pais vieram a falecer. Você não
se lembra?
Matthew fica sério por alguns instantes e
relembra cenas do passado.
“– Oi, tudo bem? – pergunta uma gentil
mulher a ele, que se sentia triste e
desamparado. – Você quer ir pra casa? Onde você mora, meu bem?
– Eu não tenho pra onde ir, senhora. – Ele
respondeu, inocentemente.
– Entendi. E os seus pais, querido? Onde
eles estão?
Houve um momento de prantos e ela
abraçou-lhe fortemente.
– Não se preocupe, querido! Eu vou te levar
para um lugar tranquilo, longe das ruas onde você possa ser feliz, ok! – diz
ela, o pegando pela mão. – Não tenha medo, meu bem! Você vai ficar bem.”
Matt desperta das lembranças e encara o desconhecido
fixamente.
– Lembrou-se agora como tudo começou?
– Não entendo. Se Regina me adotara como um filho, por que eu fui
cuidado pelo Sr. Smith durante a minha adolescência?
– Regina conseguiu um lar de adoção pra
você, Matthew! Você viveu um tempo numa casa de abrigo e depois que completou
maioridade, conheceu o delegado, a qual lhe deu um emprego e te ajudou a
ingressar na carreira da polícia. Pelo menos disso você deve se lembrar muito
bem, né?
– Com certeza, só não sabia que Regina tinha
me ajudado na época.
– Ela te ajudou sim, mas ela nunca quis se
identificar pra você porque Feliciano na época estava de compromisso marcado
com ela e ele não gostava de crianças. Regina fora uma mãe pra você! Tanto que
quando você saiu do abrigo e foi morar com o Smith, ela ficou péssima e decidiu
seguir a sua vida, ou seja, cumpriu seu papel de boa samaritana.
– Eu não sabia disso! Quem é você, afinal e
qual é o seu interesse nesta história?
Ele sorri um pouco e continua:
– Matthew, você não quer saber as respostas
que tanto procura? Bem, eu posso te levar até elas.
– Ainda não entendi a sua jogada.
– Sabemos que você foi o protegido de Regina
durante a sua infância. De início, tudo certo! Mas o que houve depois, você nem
sonha ter acontecido. Existem mais coisas que vão deixar você perplexo e que se
eu lhe contar, não teria graça. Então, vou te deixar ver para que você saiba
quem é quem nesta vida.
– Me deixar ver? O que afinal está dizendo
seu idiota? – questiona Matt, confuso.
Ele pede pra que tragam uma pasta e um dos
comparsas o entrega em mãos.
Abrindo a pasta, ele tira algumas
fotografias e mostra a Matt.
– Essas fotos foram tiradas no dia da morte
de Dinorah.
Matt fica surpreso ao ver a fotografia e ele
continua.
– Reconhece essa pessoa que está saindo do
carro uma hora antes de Dinorah sair do apartamento? – pergunta o desconhecido.
– Reconheço, sim! É o delegado, pra quem eu
trabalho. Por quê?
– Simples, meu caro rapaz. Por que será que
o delegado estava naquela noite e naquele mesmo endereço onde estava Dinorah?
Você seria capaz de raciocinar?
– Isso é loucura! O delegado estava apenas
verificando o local. Ele não estava ali por acaso. Essa foto não prova nada!
– Certo e o que você me diz sobre essas
aqui? – Ele joga todas as fotos na mesa, onde aparece o delegado em todas elas.
– Isso é um absurdo! Totalmente inaceitável!
– Tão inaceitável que a polícia não
conseguiu proteger as vítimas dos homicídios né? Que descaso tolo!
Matt fica confuso ao ver as cenas dos
crimes, mas volta a fazer a sua pergunta que ficou despercebida no início da
conversa:
– Você me
disse a sua jogada, mas quero saber da Christine e do meu filho Renan? O
que fez com eles?
O desconhecido encara o policial friamente e
diz:
– Essa resposta você terá em breve, meu caro!
-– Não façam nada
com eles! Entendeu? Se acontecer algo com os dois, eu lhe mato!
– Você não está em
condições de ameaçar ninguém agora! E quer saber de um fato curioso: como um
pai de família resolve trair a esposa com a amiga dela e ao mesmo tempo,
investigar o caso de Regina? Você é um sujeito bem esperto e admiro isso sabia.
– Você anda me
espionando?
–
Sim! Eu sei quem é a mulher que cruzou o seu caminho. Eu sei dos encontros que
você teve com ela. Eu sei do flagra de Christine. Eu sei tudo sobre você! – diz
o desconhecido, olhando seriamente nos olhos de Matt.
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