Suzi acende um cigarro de dentro do carro e
depois, retoca a maquiagem. Em alguns minutos, ela sai e vai até o galpão
antigo e encontra alguns seguranças na portaria. Um deles a reconhece de longe
– É a Suzi! Deixa entrar! – Ele ordena aos
companheiros que fazem a segurança do local pra abrir o portão.
Suzi agradece com um olhar sedutor e um
deles comenta ao próximo:
– Como essa mulher é gostosa! Tenho vontade
de transar com ela um dia.
A jovem ouve o comentário e virando-se pra
ele, responde:
– Algum dia quem sabe seu desejo não se
realiza.
Ao chegar perto da entrada do escritório,
Suzi abre a porta e o desconhecido a cumprimenta.
– Ora, ora! Quem está aqui! É a minha
princesa Suzi. A razão da minha vida! – Ele beija sua mão.
– Vamos parar de brincar um pouco e falar
sério agora.
– Hum. E o que você quer conversar, gata?
– Eu quero saber o que você fez com o
Matthew.
– Caramba! Você só veio aqui por causa do
policial? Eu não estou acreditando nisso, Suzi!
– Me diga a verdade! Diga que Matthew está
bem!
– Quer saber mesmo a verdade? Ele está bem,
sim! Não fizemos nada com o seu amado. O nosso plano está saindo muito bem,
Suzi! Agora tenho um trabalho pra você!
– Olha, eu não vou mais fazer trabalho
nenhum pra você. Você já tem o Matt, conforme combinamos. Não faço mais parte
do seu grupo.
– Você está me dispensando, Suzi? Olha que posso fazer com que Matt descubra
a verdade sobre você.
– Isso é uma ameaça? Porque se for, saiba
que eu já contei á Matt que sou prostituta. Não tenho mais nada a esconder.
– É mesmo, Suzi? E aquele outro segredo que
tínhamos? Matt não vai gostar nadinha de saber que a amante tem ficha criminal
na polícia e que ela sabe mentir tão bem, a ponto de manipular quem cerca. É o
caso do roubo no supermercado, ou pelo menos, a tentativa de roubo, no qual a
heroína salva a mulher do príncipe.
– Você não deve estar falando sério. Nós
tínhamos um acordo. Matt jamais iria saber disso. Você prometeu!
– Eu sinto muito, mas eu mudei minhas
táticas. Se você pensa em cair fora do jogo agora, saiba que não é uma boa
hora. Bom, você decide, Suzi?
– Eu te odeio, viu? – diz Suzi, irritada.
– Aceite o trabalho que vou te propor e não me decepcione ou o seu segredo será
escancarado pra cidade inteira. A polícia vai gostar de saber que você matou um
cara, Suzi!
Suzi fica sem palavras e senta-se na
cadeira. O desconhecido toca seu rosto e ela o encara fixamente.
– Você é tão bonita com essa expressão
irritada!
De repente, ela cospe em seu rosto, que fica
surpreso com tal ato. Ele se enche de fúria por dentro e lhe dá um soco no
rosto.
– Nunca mais faça isso ou eu acabo com você,
vagaba! – diz ele, deixando-a com marca no rosto.
Enquanto isso, Matthew fica pensativo com
tudo que o tal homem disse a respeito de Smith e de Regina. Ele chega à conclusão
de que deve sair dali o mais rápido possível e tentar descobrir a verdade
sozinho pra ter certeza de que tudo que soube é verdadeiramente um fato lógico
ou uma simples mentira, um engodo pra que ele não consiga resolver o caso em
imediato.
De repente, ele ouve vozes vindo do
escritório e escuta a voz de Suzi com o desconhecido.
– Não pode ser! Eu estou reconhecendo essa
voz feminina. É a Suzi!
Já Smith fica preocupado em não receber a
ligação de Matt e decide entrar em ação. Ao cercar todo o velho depósito, ele
não o encontra e fica confuso.
– O que aconteceu com o Matt? Ele não está
aqui!
Um dos policiais comenta:
– Senhor, o Matt não está em lugar nenhum.
Algo deve ter acontecido a ele.
– Isso não pode acontecer. Vasculhe tudo!
Matt tem que ser encontrado.
– Sim, senhor! – diz um dos policiais.
Smith decide fazer uma ligação e avisa:
– O Matt desapareceu com o dinheiro. Fiquem
alerta! – E desliga.
O desconhecido se aproxima de Suzi e a
provoca.
– Eu te avisei pra ficar fora do assunto,
mas você ignorou a minha proposta. Podia estar relaxando agora numa banheira de
águas quentes, tomando um vinho, ou até mesmo gastando a porra do meu dinheiro
em joias, roupas e qualquer coisa que quisesse, até mesmo bancando alguns
caras, pra te comer bem gostoso.
E quando ele se aproximou um pouco mais
dela, acaba levando um chute entre as pernas, que o faz cair no chão, se
contorcendo de dor.
– Eu não sou mais seu objeto! – Diz ela,
aproveitando e tirando a arma da cintura dele rapidamente.
O tal homem se surpreende ao ver o seu
próprio revólver apontado em sua direção.
– Suzi, o que pensa que está fazendo?
– Estou fazendo o que deveria ter feito há
muito tempo.
– Você não pode me matar. Você sabe disso
tanto quanto eu! Eu ainda sou útil
pra você.
– É claro que eu não posso te matar. Não
ainda, mas vai chegar o dia em que não haverá mais nenhum motivo de deixá-lo
vivo. Você sabe disso tanto quanto eu! Agora, me
leve até o Matt! Levante-se, filho da puta!
– Você é uma safada, uma ordinária! – diz
ele, obedecendo.
– Eu aprendi com você, meu amor! Agora, vá
antes que eu perca a paciência e exploda seus miolos. – diz ela, com a mão sob
o gatilho.
O desconhecido leva Suzi até a sala onde
Matt se encontra e os dois ficam frente a frente.
– Suzi? O que está fazendo aqui? – Se
intriga Matt.
– Oi, Matt! É um prazer revê-lo, mas estou
ocupada agora. Se puder fazer tudo que digo, vai me ajudar muito!
Matt consente e Suzi ordena que o desamarre.
O desconhecido desamarra Matt aos poucos,
com uma expressão irada e Suzi olha para os lados, tentando ver se vinha
alguém. Depois de desamarrado, Matt se liberta de algumas cordas que ainda o
envolvia e Suzi pede para o policial ficar próximo dela. Ele obedece.
– Suzi, eu preciso que ele me responda uma coisa importante. – diz
Matt, sensato.
– Tudo bem! – diz ela. - Só não demore
muito.
– Eu quero saber da Brendha. Onde ela está?
– Ele interroga o tal homem.
– Eu não vou responder pergunta alguma. –
diz ele, irado.
– Você vai responder, sim antes que eu acabe
com a sua vida nesta sala. – diz ela, cheia de raiva com a arma na mão.
– Eu não vou falar porcaria nenhuma. Se
quiser, pode me matar!– diz ele.
Matt vira-se a Suzi e a encara. Depois,
vira-se a ele e lhe dá um murro em seu tórax, que o faz cair no chão, se
contorcendo de dor.
– Ui! Essa doeu até em mim! – diz ela.
– Suzi, o que pretende fazer com ele? –
pergunta Matt, se afastando. – Ele pode ser útil. Ele sabe onde está Christine
e o meu filho e a Brendha também. E sabe de umas paradas que ainda me confundem as ideias.
– Matt, você é um tolo em achar que a Suzi é
de confiança. Ela também esconde algo de você. – diz o homem, atrapalhando a
conversa.
Nessa hora, Matt e Suzi se entreolham.
– Então, vai falar ou não desgraçado? – diz
ela, irritada, mudando um pouco o assunto.
– Vocês venceram! – Ele grita bravo.
Quando ele ia falar, ouvem-se rajadas de
tiros e os dois são obrigados a cair fora dali o mais rápido possível.
– Vamos mantê-lo bem seguro aqui dentro. E
não se preocupe, meu amor! Apenas confie em mim. – diz ela, correndo pra porta
e trancando-o por dentro.
– Sua vagabunda! Me tira daqui! – Ele começa
a gritar furioso de raiva. - Saibam que não vão escapar de mim, seus otários!
Suzi e Matt fogem correndo do escritório e
os capangas decidem segui-lo por todo o galpão abandonado. Com a arma apontada
em sua direção, o segurança libera acesso pra Suzi e Matt passarem. Depois,
eles entram no carro e fogem apressadamente.
– Você é louca, Suzi! Agora percebi o quanto
você é louca. – diz Matt, aliviado por ter se livrado da prisão.
– Você ainda não me viu louca, Matt! – diz
Suzi, acelerando o carro.
– Posso saber por que está envolvida nisso e
porque devo confiar em você?
– Claro, meu amor! Eu vou te contar tudo.
Prometo! Agora, se você não confiar em mim, em quem você confiaria?
– Acho bom mesmo, Suzi, porque já estou
farto de ser enganado.– diz Matt, revoltado e observando as fotos em que estava
Smith nos dias dos crimes. – Agora, o que me
preocupa é a Brendha.
– Fica tranquilo, Matt! – diz Suzi. – Você
vai achá-la!
Nesse ínterim, Smith folheia alguns
documentos quando o telefone toca.
– Oi, é o Sr. Smith falando! O que
descobriu?
– Senhor, até agora nem sinal do Matthew. –
diz um dos policiais.
– Tudo bem. Continue na posição e me avise se o virem.
De repente, o telefone celular toca e ele vê
no visor. É uma chamada de Matthew.
– Espera um instante! – Ele deixa o telefone
fora do gancho e atende o celular. – Matthew, onde está, meu rapaz?
– Sr. Smith, o plano não deu certo. Tive
problemas na operação, mas está tudo bem agora. – Ele revela.
– Mas onde você estava? – pergunta Smith,
preocupado.
– Eu fui deixado num terreno baldio e me levaram toda a grana. Consegui encontrar
o celular por sorte e por isso, estou te ligando.– Ele resolve mentir, sob o
olhar fixo de Suzi no volante.
Suzi que estava ao seu lado fica atenta na
conversa do rapaz com o delegado, mas não desvia a atenção do volante.
– Quer que eu mande alguém pra te buscar?
– Não será necessário. Eu consegui uma
carona e estou indo pra delegacia agora. Alguma informação nova por aí?
– Bom, por enquanto nada. Mas é bom saber
que você está vivo e que está bem. E agora, quais são as chances de pegar esse
bandido?
– Senhor Smith, vamos continuar com o plano
da festa de Justine. Se estivermos certos desde o início, o criminoso vai
atacar outra vez e desta vez, será quem imaginamos. – diz Matt.
– Ok! – diz o delegado, consentindo.
Ao desligar o telefone, Matt diz á Suzi:
– Vamos ver até aonde vai esse jogo?
– Mas você tem certeza de que o seu chefe
está envolvido?
– Eu não sei de mais nada, Suzi! Eu não sei
nem se devo confiar em alguém.
– Matt, não diga isso! Você sabe que estou
do seu lado. Até te salvei.
– Mas um mistério pra mim, Suzi! Por que
está nesse jogo e porque me salvou?
Eu só queria pelo menos entender isso.
– Não se preocupe, Matt! Você vai entender
tudo. – diz Suzi, confiante. – Agora, vamos até a Brendha!
Ao chegarem no local, os dois ficam desolados
ao perceber que a menina sumira novamente e que mais uma vez, não conseguiram
encontrá-la.
– Nada por aqui! – diz ele, se lamentando.
– Tenha calma meu amor! Vamos fazer o jogo
deles. – diz Suzi, determinada.
– Tem algum plano em mente?
– Acho que sim! – diz ela, séria.
Dias se passam e Suzi resolve fazer uma
ligação anônima. Em seguida, alguém atende do outro lado da linha.
– Então, você quer mesmo fazer isso?
– Sim. Eu quero! – Ela responde,
determinada.
– Está entrando numa área arriscada moça.
– Eu já estou envolvida. Não tenho
escapatória.
– Ótimo! Aguarde meu contato que brevemente
estarei te ligando novamente.
– Obrigada! Você não sabe o favor que me presta. Peço que não demore. Tenho
urgência!
– Preciso te fazer uma pergunta antes que
desligue.
– Diga! – diz ela, já ciente do que deveria
ser.
– Tem algum motivo pessoal pra me pedir
isso? Suzi, você sabe que a conheço bem.
– Se eu dissesse que não, estaria mentindo.
– Entendi. Enfim, se cuida ok! Tenho muito
carinho por você.
– Obrigada! Aguardo contato! – diz Suzi,
desligando.
“Agora, Matt vai perceber o quanto eu sou de
confiança pra ele”.
Na delegacia, Sr. Smith pensa em tudo que
Matt lhe disse sobre o fato de ter sido abandonado e ter perdido toda a grana
que havia arrecadado para a liberdade da menina.
– Alguma coisa não está certa. – diz ele,
pensativo sobre a mesa.
De repente, Matt surge no escritório e o
encontra.
– Como anda os preparativos pra festa de
Justine?
– Até agora, tudo está indo bem. Matt, me
responda algo?
– Sim. – Ele diz, pegando um café.
– Você chegou a reconhecer algum dos
bandidos que o deixaram neste tal terreno baldio?
– Não senhor, porque eu praticamente caí
numa cilada organizada por eles.
– Hum. Entendi! Mas você, Matt um cara super
corajoso, equilibrado, cair numa cilada?
– O que está insinuando?
– Você vacilou legal, Matt! Onde estava com
a cabeça? Só podia ser aquela mulher de novo né?
– Sr. Smith, eu caí naquela cilada
totalmente de propósito. Não houve vacilo! Apenas deixei-me levar todo o
dinheiro. Foi uma simples jogada de mestre.
– Sabe o que eu acho, Matt? Você está
sabendo de algo e não quer contar-me. Alguma coisa aconteceu neste depósito.
– Sr. Smith, por acaso está desconfiando da
minha pessoa? Você acha que eu iria mentir justamente para o senhor que cuidou
de mim durante esse tempo todo, que me ensinou
como se comportar como um policial honesto e corajoso? – questiona Matt – Não
me conhece?
Smith fica pensativo com as palavras do
policial e diz:
– Desculpa, Matt! Eu confio em você, meu
amigo e sei que não mentiria pra mim.
Matt se sente aliviado por dentro e
responde:
– Então, está preparado pra pegarmos de vez
esse criminoso?
– Com certeza, meu amigo! – diz ele,
apertando a sua mão.
Suzi consegue encontrar o paradeiro de
Brendha e a jovem decide ligar para Matt. Sem hesitar, ele reúne alguns
policiais e vão para o endereço marcado. Sr. Smith acredita que pode ser outro
alarme falso. Chegando no local, Matt reconhece alguns comparsas do tal
desconhecido que falou com ele naquele galpão abandonado e dá sinal pra
avançarem. Ele entra escondido num antigo prédio, onde parecia ser um cárcere
privado e luta com alguns homens à mão armada. As frotas policiais circundam a
área e conseguem prender alguns homens que faziam a segurança do local. Matt
finalmente encontra Brendha, que estava toda amarrada e amordaçada. Ele retira
as cordas que a prendem e depois, a abraça fortemente, trazendo conforto e
esperança.
– Obrigada! – diz ela, agradecendo aos
prantos, tentando conter a emoção de que foi salva daquela prisão.
– Não precisa agradecer, Brendha! Eu estou
aqui e nada vai lhe acontecer de mal agora. Fica calma! – diz ele, determinado
a levá-la pra bem longe dali.
Horas depois, o delegado brinda por Brendha
estar viva e Matt fica feliz que conseguiu salvá-la das mãos dos bandidos.
Já o desconhecido homem pra quem Suzi
trabalha, fica irritado ao saber do acontecimento e promete fazer vingança. De
repente, o telefone toca e ele atende num só toque.
– O que você quer, sua cadela, safada?
– Eu vim te dizer que o seu plano falhou,
meu amor!
– Vagabunda! Por que você arruinou meus
planos?
– Simples. Porque eu não sou mais a sua
mulher, o seu objeto sexual, o seu ursinho de dormir. Eu me tornei uma pessoa de princípios e eu
estou disposta a mudar pra melhor. Não quero mais ser sua escrava!
– Você acha que Matt vai viver ao seu lado
pra sempre? Está enganada, Suzi! Quando ele descobrir quem é você de verdade,
pode esperar! Seus dias estarão contados. Ah e não se esqueça querida: eu ainda
tenho a família de Matt comigo!
– Eu não tenho medo de ameaças e nem do que
pode acontecer comigo. Se Matt descobrir a verdade, tudo certo! Mas é bem
provável que ele descubra uma coisa antes e você sabe perfeitamente o que é.
Você arruinou o passado de Matt. Quanto a família dele, se prepare porque ele
não vai deixar barato.
– Eu o quê? Está brincando comigo! Eu não
tenho nada a ver com o passado do seu namoradinho. – diz ele, resmungando.
– Tem certeza? Porque conforme eu descobri
pelos meus contatos, você causou a morte de pessoas inocentes no passado. Matt,
por incrível que pareça, jamais perdoaria que os seus pais foram cruelmente
assassinados e que o assassino está bem perto do que ele possa imaginar.
– Você andou se informando demais ao meu
respeito e isso não é bom, minha cara! – diz ele, sendo ameaçador.
–
Fazer o quê, meu amor? Eu aprendi com a vida e você me ensinou muita coisa. Mas
chegou a hora de você saber que eu sei me cuidar
sozinha e que aquela garota inexperiente, hoje se tornou uma mulher determinada
e que vai fazer de tudo pra ser feliz e escrever a sua própria história, sem
que ninguém impeça isso! – Ela termina o assunto e desliga o telefone, fazendo
com que ele fique furioso de raiva.
Atenção: Para dar continuidade a leitura de "Atração Fatal", a obra está disponibilizada na Amazon e Plataforma Wattpad. Saiba mais em Pegada Quente!
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