Suzi se aproxima do apartamento de Regina e
encontra a porta semiaberta. Cômodos arrumados, nenhum sinal de perigo. A sala
estava solitária e a cozinha não estava muito limpa. Por enquanto, nenhum
vestígio de Matt por ali.
Ao entrar, Suzi se surpreende ao ver as
fotografias de Regina espalhadas em porta-retratos belíssimos. Ela pega uma
foto com calma e fica atenta a cada detalhe. De repente, ela leva um susto com
uma pergunta incomum:
– Ela não era linda? – pergunta Matt.
Suzi deixa a foto assustada e vira-se.
– Sim. Ela era muito bonita.
Matt fica com um olhar sério.
– O que faz aqui, Suzi Vielmont?
Suzi abaixa a cabeça e tenta encontrar
respostas possíveis para aquela pergunta e imediatamente, sem hesitar, diz:
– Eu vim te ver, Matt!
Matt fica surpreso com a resposta da jovem.
– Como assim, me ver? Você não pode estar
aqui. Tem que ir embora.
– Desculpa. Eu percebi a porta semiaberta e
decidi entrar.
– Foi um erro meu não ter trancado, mas
preciso que saia.
– O erro também foi meu por ter entrado, mas
já que estou aqui preciso falar uma coisa.
– Tudo bem. Conversamos lá fora. – diz Matt.
– Se eu não disser agora, não vou dizer lá
fora.
– Então fale, Suzi!
– Acho que tenho uma certa tara por
policiais. – Ela revela, deixando-o mais sério.
– Eu não quero te iludir, mas sou um homem
casado.
– Mas não capado! – diz ela, colocando a mão
no peitoral dele e deslizando pra baixo.
– Está tentando me seduzir, Suzi?
– Você acha que eu não conseguiria
seduzi-lo?
– Só acho que você não entendeu a nossa
conversa. Não pode ficar nesse apartamento e nem portanto, comigo.
– Policial, não se pode negar a uma
oportunidade que aparece repentinamente, não acha? – diz ela, levando a mão ao
volume da calça dele e o deixando um pouco excitado.
– Não brinca com fogo, Suzi!
– E quem está brincando, aqui? – Ela diz,
sussurrando em seu ouvido.
Brendha se desespera ao ver sua mãe morta e
os vizinhos a confortam. O delegado local recebe a informação do assassinato de
Dinorah e fica preocupado.
– Mais uma vítima! Não é possível! – diz
ele, saindo às pressas.
Enquanto isso, Suzi provoca Matt,
desabotoando sua camisa e seu cinto.
– Suzi, o que está fazendo? Eu estou á
trabalho!
– Matt, relaxa! Eu sei que no seu íntimo, você
me quer.
– Eu não posso, Suzi! Eu sei que você é
linda, mas eu tenho esposa e filho. Eu não posso trair a minha esposa. – diz
Matt, tentando se controlar.
– Relaxa, gato! – Ela pede.
– Isso tudo está muito estranho. Você entra
aqui do nada e remexe nas coisas...
– Silêncio! – Ela faz um gesto e lhe tasca
um beijo.
Suzi tira a blusa e o sutiã, expondo seus
seios à mostra. Matt fica hesitante, mas não consegue controlar o seu desejo de
possuí-la ali mesmo.
– Eu sabia que você não iria resistir! – Ela
diz nos ouvidos dele, em tom baixinho enquanto ele a agarra fortemente.
De repente, o telefone toca e Matt decide
atender ao chamado, mas Suzi o detém.
– Pode ser importante, Suzi!
– Relaxa, Matt! O importante é que estamos
fazendo agora. – Ela responde, lhe dando um beijo nos lábios e afastando dele o
celular.
Matt se desfoca das suas obrigações,
transando com Suzi e acaba esquecendo do mundo lá fora, perdendo as chamadas
telefônicas do Sr. Smith.
Mais tarde, Matt encontra Sr. Smith na casa
de Dinorah.
– Desculpe pelo atraso. Eu recebi o seu
chamado. O que houve?
– Matt, onde você estava? Eu te liguei que
nem louco pra avisar que houve mais uma vítima.
– O que houve? E por que estamos na casa da
Dinorah?
– A Dinorah foi assassinada, Matt! – Ele
revela, sem piedade.
Matt engole a seco.
Ao analisar o corpo, o policial comenta com
o delegado.
– Há quanto tempo está aí?
– Mais de uma hora e meia. – responde ele.
– Quem teve coragem de matá-la?
– Essa pergunta não sei responder, mas
provavelmente, alguém sabe que você a visitou e que está investigando o caso.
– Primeiro Regina, agora Dinorah! Isso
significa que haverá outros.
– O que você está insinuando?
– Tenho que conversar com mais dois amigos
de Regina: Anderson e Justine!
– E quanto ao Olivier? Acha que ele corre
perigo?
– Claro, delegado! Temos que protegê-lo o
mais rápido possível! E quanto á filha da vítima?
– A Brendha está segura. Mas eu concordo
plenamente, meu amigo! – diz o delegado, consentindo. – Matt, você está bem?
Parece nervoso? – Ele percebe sua expressão.
– Não é nada, Sr. Smith! – Tenta disfarçar
Matt.
– Matt, somos amigos há muito tempo. Eu te
conheço como se fosse meu filho. Diga o que está sentindo! Se abra comigo!
Matt fica em silêncio, mas depois desabafa.
– Eu traí a Christine, Sr. Smith!
Sr. Smith resolve se sentar numa cadeira da
cozinha, tomado pelo impacto daquela revelação e Matt continua.
– Eu não sei o que me deu na cabeça que não consegui resistir à tentação dela.
– Matt, quem é essa mulher que te deixou
assim, meu amigo?
– Foi uma louca que conheci há pouco tempo,
mais ou menos, uns dois dias atrás. Enfim, já aconteceu! Não tem como voltar
atrás.
– Matt, que loucura! Eu sei que é difícil
resistir à tentação de uma mulher, mas eu nunca imaginei que você pudesse agir
assim. Sempre foi um homem digno, responsável!
– Sr. Smith, não me incrimine! Eu sei que fui um completo idiota, mas não vai
acontecer mais! – diz Matt, abaixando a cabeça e colocando suas mãos na nuca.
– Pelo menos essa mulher tem nome?
– Sim. Suzi Vielmont. – Ele responde. – Até
agora, não acredito no que fiz!
– Não fica assim, Matt! O que aconteceu foi
apenas um deslize. Eu estive com a sua esposa em meu escritório.
– Christine? O que ela queria?
– Veio falar sobre o seu trabalho e pela
cara dela, você não podia ter se envolvido neste caso. – responde o delegado,
deixando Matt em silêncio. – Mas não se preocupe! Eu conversei com ela e acho
que no final da nossa conversa, ela deve ter entendido que se continuasse
agindo como age, ela iria te perder, meu amigo. Agora, por favor, não cometa
outro deslize! Christine não merece. –
diz ele, sério.
Matt fica pensativo.
Em casa, Matt põe Renan pra dormir e
Christine observa da porta do quarto.
– Será que ele vai se adaptar na nova casa?
– pergunta ele.
– Não sei. Ele adora a escola, os amigos
dessa cidade.
– Será difícil, mas não impossível! Ele vai
fazer novos amigos e com certeza, vai curtir a casa nova que compramos.
– Assim espero. – Ela diz, arrumando o
lençol sobre o menino. - Como anda as investigações?
– Eu não tenho nenhuma informação coerente.
– Espero que consiga terminar logo esse
caso.
Matt desliga a luz do quarto e sai
acompanhada de Christine.
– Eu queria pedir desculpas por sempre me opor no seu trabalho.
– Tudo bem. Não precisa pedir desculpas. Eu
sei que o meu trabalho está me deixando sem tempo pra você e para o Renan.
– Eu só quero te ver feliz, meu amor! Se
você se sente melhor trabalhando, o que eu posso dizer, né? Eu não quero que a
gente discuta mais!
– Eu também não quero, Christine! Quando eu
fechar esse caso, vou tirar férias e prometo que a gente vai ser feliz juntos
na nossa nova casa ao lado do nosso amado filho e as coisas vão melhorar pra
nós dois.
– Claro, meu amor! Eu vou estar contando os
minutos pra isso acontecer. – diz Christine, o beijando nos lábios e lhe
envolvendo num grande abraço.
No dia seguinte, Matt tenta consolar Brendha
pela perda da mãe e a tia fica arrasada pela situação ocorrida. De repente, um
rapaz alto e magro surge porta adentro e Brendha o abraça fortemente. Matt
observa.
– Você está bem, Brendha? Eu sinto muito por
sua mãe. – diz o rapaz.
– Eu não queria que ela morresse, Anderson!
– diz a menina.
Matt finalmente conhece mais um integrante
do círculo de amizades de Regina.
– Bom dia! Meu nome é Anderson. – Ele o
cumprimenta.
– Bom dia!
Eu me chamo Matthew. – Ele responde e depois, lhe pergunta: – Você
é amigo da família?
– Sim. Dinorah era quase uma irmã pra mim.
Por quê?
– Anderson, eu sou policial investigativo e
estou trabalhando pra resolver o caso de Regina Winston. Posso conversar com
você por alguns minutos?
– Ah, claro! – responde ele, sem hesitar.
Enquanto isso, Suzi telefona para o
desconhecido e avisa que já chegou o pacote.
– Você já desembrulhou? – Ele pergunta.
– Ainda não. Decidi te ligar antes pra saber
se eu posso ou não?
– Claro. Pode sim, Suzi! E não esqueça:
depois que abrir o pacote, você precisa cumprir a sua missão.
– Eu sei exatamente o que fazer. – Ela
desliga.
Com o pacote em mãos, ela tenta manter a
calma e a ansiedade.
“Vamos ver o que temos aqui!”
Ela pensa.
Neste momento, Matt dialoga com Anderson.
– Você conhecia bem Regina?
– Sim. Ela era uma grande amiga.
– Qual foi a última vez que a viu?
– Dois dias atrás.
Eu estive na casa de Juliet e almoçamos juntos.
– Certo! E quanto á Dinorah? Qual foi a última vez que
a viu?
– Ontem mesmo. Eu estava ajudando-a a
colocar algumas coisas no carro pela manhã. Depois que terminei meus afazeres,
nos despedimos e cada um seguiu seu rumo.
– E não voltou mais na casa dela ontem?
– Não, policial! Por que me interroga, afinal? Acha que eu a matei?
– Ele se sente irritado e começa a agir com ignorância.
– Eu não estou insinuando nada, Anderson. É
o meu trabalho saber!
– Você está cometendo um erro falando
comigo. Enquanto você faz as perguntas aqui, outra pessoa pode estar correndo
perigo lá fora.
– Não entendi! Pode ser específico?
– Você acha que Dinorah foi a última pessoa
a morrer? Acho que não! Tenho mais amigos, Matthew!
– Eu só queria entender os motivos que
cercam esses assassinatos. Alguém está ciente que eu vou descobrir toda essa
rede de falsidades e segredos e estão tentando me impor certos desafios. Sabe me dizer quem está por trás disso tudo?
– Matthew, eu não sei de nada! Portanto, o
que sei já lhe disse nessa sala. Regina e Dinorah foram vítimas inocentes e eu
não quero mais perder nenhum amigo ou ente querido nesta vida. – diz Anderson,
determinado.
– Você tem a minha palavra que seus amigos
serão protegidos!
– Fala sério, policial! Nunca se sabe o que
será de amanhã. Pode ser eu ou você o próximo!
– Você fala de um jeito que parece estar
ciente de algo que não sei. - insiste Matt.
– Eu acabei de perder uma amiga minha. Por
favor, exijo que respeite o momento e pare de me interrogar. – diz Anderson, já
tenso com toda a situação.
Matt pede desculpas e se afasta do rapaz que
decide ficar próximo de Brendha. Smith olha para Anderson e comenta com Matt
que algo está muito estranho por ali.
Com o passar dos dias, após o corpo de
Dinorah passar pela autópsia, a pedido da tia dela é cremado conforme era o
desejo da vítima. Família e amigos estavam presentes, inclusive o próprio
delegado e o policial Matt.
Mais tarde, Anderson sai da casa da tia de
Brendha e toma seu carro Siena vermelho e liga os motores. Do outro lado, Suzi
acende um cigarro e o observa em seu carro Corsa branco. O Siena sai apressado
e Suzi o segue. Anderson, que estava com o celular conectado no painel do
volante, decidiu fazer uma ligação.
– Pode falar! O que você quer? – pergunta a
voz.
– Eu só queria te avisar que aquele policial
vai ser o encalço no nosso sapato.
– O que você disse a ele?
– Nada demais! Mas eu estou preocupado!
– Não fique! Vamos pegá-lo antes que ele
saiba a verdade. Agora, mantenha contato assim que tiver novas informações.
– Pode deixar!
De repente, ele vê um corsa o seguindo por
detrás.
– Essa não!
– O que houve? – pergunta a voz.
– Estão me
seguindo. O que faço?
– Aja naturalmente e tenta não deixar
rastros. – Ele ensina.
– Vou ver o que faço aqui. Preciso desligar!
– Ok! – Responde a voz. – Firmeza!
Comentários
Postar um comentário
Deixe o seu feedback sobre o que ando postando regularmente!