Victoria encara séria o namorado Danilo, que tenta
disfarçar.
- Não vai falar não?
- Poxa, você é chata hein? Eu já disse que não
tenho nada pra falar.
- Eu sou uma pessoa bem verdadeira e não tolero
mentiras. Você está diferente comigo e eu como sua namorada tenho obrigação de
exigir que você me conte tudo.
- Quer saber? Eu vou te contar sim. Eu conheci uma
outra garota. -Diz ele, já tenso com a situação e despejando logo a verdade.
- Eu sabia! Como eu sou idiota achando que você
não me trairia?
- Eu não te traí ok! Eu só apenas disse que
conheci uma garota.
- Não me traiu ainda mas aposto que ia me trair.
- Não fale absurdos. Eu ia te contar antes disso
acontecer.
- Será mesmo? Escuta aqui Danilo: eu não sou
mulher de perder não. Quem é a vagabunda dessa vez?
- Pra início de conversa, ela tem nome ok e não
mora aqui.
- Sorte a dela porque se morasse, estaria lascada
comigo.
- Eu não sou o seu dono Victoria. Você sabe perfeitamente
que nossa relação não anda bem.
- Ah e por nossa relação não andar bem, você já
foi buscar por outra pessoa né? Vocês homens são impressionantes!
- Victoria, a gente não ia dar certo nunca!
- Agora você afirma isso com sinceridade? Porque
antes era tudo perfeito né? Era querida de lá, amor pra cá. Sinceramente, você
é um otário.
- Pode dizer o que quiser tá! A nossa história
acabou.
- É uma pena que você pense assim. A nossa
história acabou!! Nossa! Estou me sentindo uma completa tola por acreditar que
você sentia algo de verdade por mim. Quer saber? Fica com ela então! Eu não
preciso do seu amor.
E ela sai porta afora deixando o rapaz tenso.
- Victoria? -Ele a segue pelo corredor até a
garagem onde se encontra o carro dela. - Espera! Vamos conversar!
- Acabou!! -E ela liga as chaves do carro e sai
apressadamente.
Danilo fica desnorteado.
Jéssica folheia algumas revistas quando pensa em
Danilo. Ingrid interfere seus pensamentos, trazendo uma bandeja de café.
- Que carinha é essa filha? Viu passarinho verde?
- Ah mãe! Que nada! Acho que é azul mesmo.
Ingrid sorri alegremente.
- Trouxe café pra gente. Quer conversar a
respeito?
- Humm. Não sei.
- Bom, você que sabe.
- Tá bom. Vou contar pra senhora quem é ele.
- Já estou curiosa. Só por tirar um sorriso seu,
já me alegra de verdade.
- Ele é um carinha legal, simpático, parece ser
inteligente.
- Conheceu aonde?
- A senhora não vai acreditar, mas pela internet.
Ingrid muda de expressão.
- O que foi mãe? Não gostou?
- Filha, tenho medo que você se envolva com
pessoas pela internet.
- Não mãe! Fica tranquila! Danilo é gente boa.
- Quer dizer que este é o nome dele né? Vocês já
se viram?
- Não, mãe! -Diz ela, sincera.
- Eu fico mais preocupada ainda. Filha, toma
cuidado com quem você conversa por chat.
- Bom, por cam ainda não nos vimos mas ele mandou
uma foto dele pra mim ver e eu retribui.
- Filha, não acredito que você mandou sua foto pra
ele.
- Mãe, eu confio no Danilo! Ele se demonstrou ser
uma pessoa confiável. Mandei.
- Tá bom! Espero que você esteja tomando a atitude
certa ok! Eu ainda fico muito desconfiada com encontros virtuais.
- Eu também mãe, mas eu confio no Danilo. Sei que
ele não é fake.
- Que isso?
- Fake é quando uma pessoa coloca uma foto de
outra pra fingir ser ela entende? É como se você colocasse uma máscara falsa.
- E você acha que o Danilo da foto não é fake?
- Mãe, a senhora vai me achar uma boba agora, mas
quando converso com o Danilo, eu sinto algo por ele tão especial que me faz
acreditar que ele está sendo sincero de verdade.
- Nossa! Mas já estão assim é?
- Por incrível que pareça, eu sinto vontade de
conhecer ele pessoalmente. Eu não sei como vai ser o nosso encontro, mas eu
sinto que ele precisa de mim assim como eu preciso dele.
- Filha, você está gostando dele?
- Eu não sei mãe. É complicado te responder isso
agora. Eu ainda não o conheço pessoalmente, mas sei lá quando ele não está no
chat, sinto falta dele.
- Jéssica, vamos supor que você esteja gostando
dele de verdade. Já parou pra pensar na distância?
- Sim. Eu penso nisso o tempo todo.
- E então como seria?
- Ah mãe distância sempre tem um jeito né? Como a
Suzane me falou, acho que não atrapalha se rolar algo sério entre a gente.
- Algo sério? Bem, então filha desculpa te falar
isso, mas essa relação de vocês dois vai muito além da amizade. Pode se tornar
amor.
Jéssica fica com uma expressão séria.
Victoria estaciona o carro de frente para a praça
e chora no volante quando Júnior a encontra.
- Oi Victoria! O que aconteceu?
Victoria limpa as lágrimas e responde:
- Danilo! Danilo é um falso.
- O que ele fez agora? Ele te machucou?
- Sim. Mas aqui dentro. -E ela pega a mão de
Júnior e coloca sobre o seu peito.
O rapaz fica sem jeito com aquela situação.
- Ele feriu o meu coração. Bandido! Safado!
Ordinário! Eu quero morrer! -Diz ela, desatando em choros novamente.
- Calma Victoria! -Diz ele, tirando a mão. - Eu
estou aqui pro que você precisar ok!
- Você é um bom rapaz. Se importa comigo.
- Sempre. Dedico minha vida a você.
- Como? -Ela se intriga com as palavras dele.
- Tipo eu sou seu amigo e quero te ver bem sempre.
-Ele desenrola as palavras e tenta contornar a situação.
- Ah sim! Entendi. Obrigada pela sua amizade!
- Esquece o Danilo! Ele não merece você.
- Vou tentar, mas acho difícil. Danilo é uma
pessoa especial pra mim.
- Entendo, mas com certeza existem pessoas
especiais e bem diferentes dele por aí. Basta procurar bem.
- Como pode o Danilo fazer isso comigo? A gente
não estava bem admito, mas ele me traiu. Não esperava isso dele não.
- Ele te traiu foi?
- Eu nem quero tocar nesse assunto, mas você
acredita que ele conheceu outra garota além de mim?
- Absurdo isso. Uma garota tão linda como você
sendo trocada por outra. Ridículo!
- Eu estou pasma Júnior! Ainda não caiu a ficha
entende?
- Não fica assim não! Danilo não presta e você não
merece sofrer por ele não. Aceita fazer um lanche comigo?
- Eu adoraria, mas vou pra casa descansar um
pouco. Preciso refletir sobre tudo o que aconteceu hoje.
- Tudo bem. Eu estou aqui sempre viu. Pode contar
comigo!
- Você não existe Juninho! A pessoa que ficar com
você vai ser bem sortuda. Deixa eu ir agora. Obrigada por tudo! Tchau! -E ela
volta a ligar o carro e sai.
"Ah se ela soubesse o quanto a amo!"
Ele pensa consigo mesmo e acenando.
Edmílson chega em casa à noite e Bárbara está a
sua espera.
- Mãe? Ainda acordada?
- Posso saber por onde andou?
- Eu estava na escola.
- Mentira. -Diz ela, brava.
De repente, surge Gracindo da cozinha.
- Melhor contar a verdade filho.
- Pai?
- Edmílson, me diz logo a verdade! Você foi se
encontrar com aquela safada da Eleonora né?
Edmílson tenta respirar fundo e decide revelar a
verdade.
- Sim...
- Cachorro! -Ela tira o chinelo do pé e ameaça
bater nele quando Gracindo entra na confusão e a impede.
- Calma amore mio! – Diz o marido entre os dois.
- Nosso filho se encontrando com aquela vadia de
novo! Você não vai dizer nada?
Gracindo controla a mulher e tenta amenizar a
situação:
- Filho, por que está saindo com a Eleonora outra
vez?
- Eu ainda gosto dela pai. -Diz o rapaz, tenso.
- Mas é hoje que você vai levar umas palmadas da
boa. -Diz enfurecida Bárbara.
- Calma amore mio! -Diz Gracindo, tomando o
chinelo dela. -Filho, o que está havendo com você hein? Pensei que tivesse
desistido dessa mulher que só fez é arruinar sua vida.
- Pai, o que eu sinto por ela ainda é forte. Mamãe
vai ter que entender isso.
- Ele tá merecendo Gracindo! Ele tá merecendo! -Diz
a mulher, brava.
- Eu cansei de ser tratado como criança. Eu vou
voltar com a Eleonora e dessa vez vamos ser felizes juntos. -Diz Edmilson.
- Não provoca filho! Eu e sua mãe temos motivos de
não querer que você volte com essa mulherzinha que só te fez sofrer.
- Ela roubou o meu dinheiro e quase levou o seu
pai à falência. -Grita Bárbara. - Só um louco como você pra querer ela de
volta!
- É amor mãe! -Diz o filho, persistente.
- Amor não! Falta de vergonha nessa sua cara. -Diz
Bárbara.
- Desta vez a gente está totalmente decepcionado
com você filho. Por que nos trata desse jeito?
De repente, surge Katiele, irmã do rapaz e se
intromete na confusão.
- O barraco começou cedo né?
- Não te mete. -Diz Bárbara tensa.
- Filha, você sabe alguma coisa sobre a Eleonora e
o seu irmão? -Pergunta o pai transtornado.
- Saber eu não sei pai, mas como o maninho adora
dar uns pegas né?
- Se essa mulher entrar dentro dessa casa de novo,
eu não vou ficar quieta não! -Diz Bárbara nervosa.
- Olha a pressão mulher! Você não pode ficar
nervosa desse jeito. Vou pegar um copo d'água com açúcar. -Diz Gracindo.
- Não quero! Fica aqui! -Diz Bárbara, encarando
sério o filho. - Você vai ter que escolher entre ficar com aquela vadia ou com
a gente.
- Mãe, eu não posso fazer isso! -Diz o rapaz,
preocupado. – Eu gosto de vocês também.
- Mãe, a senhora não acha que está exagerando. -Diz
a filha mais velha.
- Calada! – Diz Bárbara para Katiele e depois
voltando para o filho. - Então, faça a sua escolha!
- Ok Mãe! Eu saio dessa casa. Vou pra casa dela. -
Diz o rapaz, tomando a decisão seriamente e deixando Bárbara com lágrimas nos
olhos e Gracindo com uma expressão tensa.
- Você vai ter coragem de nos deixar por causa
daquela mulher? -Diz a mãe.
- Não tenho escolha. Eu já tomei a minha decisão. -
Diz o rapaz, indo pro seu quarto e deixando sua mãe num ataque de choros e
sendo acudida pelo marido e pela filha.
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