À noite, Matt janta ao lado da esposa e do
filho Renan numa farta mesa.
– Amor, tudo bem? – pergunta Christine, com
os seus olhos negros e cabelos ruivos.
– Sim. – Responde ele, degustando o vinho.
– Está quieto hoje. Você não é assim!
– Eu estou pensando no caso de Regina
Winston.
– Matt, será que não dá pra parar de pensar
nisso nem no momento em que estamos juntos em família? – Se irrita ela.
– Querida, desculpe! – Ele diz.
Christine fica chateada sobre a mesa e Matt
decide confortá-la.
– Eu prometo que não trago mais assuntos do
trabalho pra dentro de casa, ok! Quando terminar esse caso, eu vou me dedicar mais a você e ao nosso filho.
– Nosso filho precisa de você, Matt! Ele
sente muito a sua ausência.
Matt fica em silêncio por alguns instantes e
Renan interfere o diálogo:
– Pai, eu quero ser policial quando crescer!
Christine se levanta da mesa e Matt sente.
– Pai, eu posso ser policial? – pergunta Renan.
– Filho, ser policial é um trabalho muito
perigoso. – diz Matt. -Você pode ser astronauta. Lembra do telescópio que eu
fiz pra você três semanas antes. Você pode ver as estrelas, a lua, os
planetas... Que tal? Vai ter uma astronave linda e vai poder conhecer as
galáxias.
– Não, pai! Eu quero ser policial mesmo. Eu
quero prender os bandidos da rua. – diz Renan.
– Eu não quero ser astronauta.
– Ele não vai entender, Matt! Percebe agora
como o seu trabalho está interferindo no futuro do seu filho? – diz Christine. – Ele não para de pensar nessa maldita
profissão por sua causa.
– Amor, eu não posso deixar o meu trabalho.
E o nosso filho tem apenas cinco anos de idade. Mais tarde, ele vai descobrir o
que é melhor pra ele.
– Filho, vá escovar os dentes! – pede
Christine á Renan, que sai da mesa.
– Christine, quando você me conheceu, eu já era um policial.
– Sim, claro! Se o tempo pudesse voltar
atrás, eu não tinha me envolvido com
você, Matt.
– Ah, claro! E nem o nosso filho, a qual
tanto amamos, não existiria. Christine, não vamos discutir sobre o meu
trabalho. Temos um filho lindo e ele precisa muito do nosso apoio.
– Você está certo, Matt! É que eu me sinto cansada com tudo isso.
– Eu sei que não está sendo fácil pra nós
dois, mas eu te amo muito, meu amor. –
diz Matt, tocando em seu rosto e afagando seus cabelos.
Christine se afasta de Matt e decide ir pro
quarto.
O policial se senta no sofá e abaixa a cabeça,
pensativo.
No dia seguinte, Matt visita a casa de
Olivier e ele, gentilmente o atende.
– Em que posso ajudá-lo? – Ele pergunta.
– Oi, tudo bem? Meu nome é Matthew e sou
policial investigativo. Estou à procura de informações que possam me levar ao
falecimento de Regina Winston.
– Ah, sim! O que quer saber sobre ela? – pergunta o homem robusto, de um olhar sério
e alto.
– Como era a relação dela com os amigos,
principalmente com você?
– Eu e Regina éramos grandes amigos. Ela
confiava mais em mim do que nos outros. Eu fui seu ombro amigo, parceiro mesmo.
– Você era do tipo confidente, então? Sabia
tudo a respeito dela?
– Sim. Ela tinha muita afeição pela minha
pessoa.
– E por que Regina confiava em você e não
nos outros?
– Bom, porque eu sempre estive mais próximo
dela e da família. Antes de se casar com Feliciano, já tivemos um caso, mas foi
por pouco tempo. Depois nos tornamos melhores amigos e a partir daí, tentei
ajudá-la sempre que possível.
– Ajudá-la? Em que sentido? – indaga Matt.
– Coisas da faculdade que às vezes, ela tinha
dúvidas e perguntava a mim.
– Mas você entendia do assunto?
– Pior que não. Mas eu tentava ajudar. – diz
ele, desta vez abrindo um sorriso meio sem jeito.
– Sei. – diz Matt, sério. - E como você via
o casamento de Feliciano e Regina?
- Regina passou por crises no seu casamento,
devido ao egoísmo e ciúmes doentios do marido. Feliciano não gostava das
amizades dela, não a deixava sair pra lugar algum e isso causou uma séria
desavença entre os dois. Regina, às vezes, ficava triste, sem chão, totalmente
desconsolada e seu desejo era de sumir cada vez
que Feliciano á impedia de alguma coisa. Entretanto, ela não era feliz
com o marido, por isso, pediu a separação.
– Hum. Entendo! E ele foi obrigado a dar a
separação, perante a justiça?
– Exatamente. – Responde ele.
– E você ou algum amigo dela chegou a
presenciar fatos de agressão dentro da casa?
– Policial Matthew, Feliciano nunca moveu um
dedo em cima de Regina. Pelo menos, é o que eu sei até hoje. Eu cheguei a
questionar sobre isso, mas Regina jurou que ele jamais a tocara agressivamente.
– E como eram as suas visitas na casa dele?
– Não havia visitas. Conforme eu disse
antes, Feliciano não gostava das amizades da esposa e isso impedia todos os
amigos dela, inclusive eu, de entrar na casa e visitá-la. Regina passou um
tempo longe de tudo.
– Olivier, eu também descobri que Regina
frequentava um resort de águas termais, onde você é segurança atualmente.
– Então, Regina frequentava sim, mas todas
as visitas que ela fazia ao resort eram acompanhadas pelo marido.
– Mas você acabou de falar que ele a impedia
de sair.
– Não, nesse caso! Ele impedia Regina de
sair pra qualquer lugar que fosse, mas quando ele se sentia disposto, ele a
levava completamente obrigada.
– Entendi! – diz Matt, anotando tudo em seu
caderno.
– Uma última pergunta: qual foi a última vez
que você viu Regina?
– Então, eu a vi dois dias atrás na casa de
sua tia Juliet. Ela estava bem e se sentindo realizada por estar trabalhando e
por ter alugado um apartamento no condomínio principal, seu sonho de consumo
que durou pouco né?
– Obrigado, Olivier! – agradece Matt, o
cumprimentando. – Foi um prazer falar com você!
– Espero que eu tenha ajudado, policial! –
diz ele.
– Ah, sim! Ajudou e muito! Valeu mesmo. –
Matt finaliza.
Algumas horas depois, Smith telefona pra
Matt e avisa que Regina se encontra na funerária local e que a análise do
acidente provou sabotagem.
– Então, temos um indício de sabotagem? – diz Matt.
– Sim. Está confirmado por aqui. Vou te
passar o relatório por e-mail.
– Claro. Pode mandar, sim! – diz Matt. – Eu
estive na casa do Olivier e tudo normal. Ele me
contou uma versão que me deixou
com certa dúvida.
– O que ele disse que te deixou confuso?
– Segundo Olivier, Regina não era feliz com
o marido. Bom, até aí confirma a versão de Juliet. Mas ele também me disse que
ela era impedida de sair de casa. Você já recebeu alguma informação desse tipo?
– Matt, eu não vou mentir pra você! Houve
uma denúncia anônima de que Regina estaria sendo mantida presa dentro de casa
pelo marido, mas quando fomos ao local, estava tudo normal. Suspeitamos de uma
pista falsa. Mas qual é a dúvida?
– Certo! A minha dúvida é o seguinte: se
Regina era mantida presa ou não e tinha acesso pra sair de vez em quando, por
que Feliciano á levava para o resort, sempre que queria?
– Talvez pra não chamar muita atenção. Seria
uma demonstração de que seu casamento era feliz e que não tinha momentos ruins.
– É uma possibilidade. Como Regina era uma
pessoa popular, conhecida, Feliciano sabia que se a privasse muito, ele se
tornaria um vilão aos olhos das pessoas e sua carreira não seria tão
bem-sucedida.
– Exato! E agora, qual é o próximo passo?
– Vou conversar com a Dinorah! Segundo o
relatório que você me passou, ela
também é amiga próxima de Regina. As duas se conheceram na faculdade. – diz
Matt, consciente. – Quem sabe, ela não tem algo de bom pra me dizer?
Dinorah arruma as suas malas quando a
campainha é soada.
– Já vou! – Ela diz em voz alta. Segundos
depois, ela abre a porta.
– Dinorah Mackenzie? – O policial Matt
pergunta.
– Sim. Sou eu mesma. – Ela responde, calma.
– Meu nome é Matthew e sou policial investigativo.
Eu gostaria de conversar com você por alguns minutos.
– Policial, só que agora eu estou ocupada.
Tenho que organizar algumas coisas por aqui.
– Não se preocupe! Não vou exigir muito do
seu tempo. Só preciso fazer algumas perguntas a respeito de Regina Winston.
– Ah, claro! – Ela o deixa entrar. – Fique à vontade!
– Obrigado! – Ele entra na casa e observa as
malas e algumas coisas desorganizadas. – Pretende se mudar?
– Sim. Eu estou indo pra casa de uma irmã
que fica no sul.
– E justamente hoje, dia do enterro de
Regina Winston?
– Eu pretendo ir ao enterro antes de tomar
meu rumo, senhor policial!
– Certo! Bom, mas vamos resolver logo a
minha visita aqui. – diz Matt, sentando e se preparando pra fazer as perguntas.
– Como conheceu Regina Winston, Dinorah?
Dinorah fica séria por alguns instantes, mas
se mantém calma.
Enquanto isso, no condomínio, Suzi ouve a
campainha da porta e decide atender. Ao abrir a porta, um jovem rapaz sorri ao
vê-la. Suzi pega pela gola da sua camisa e o aproxima de seu corpo, o
envolvendo com um beijo provocante e sedutor. A porta fecha e os dois se
agarram e caem juntos no sofá da sala. O desconhecido tira a camisa e os
sapatos e ela desabotoa a blusa, fazendo parecer seu sutiã branco e
transparente. Do sofá, os dois resolvem ir pra cama onde continuam a pegação.
As mãos de Suzi arranham devagar as costas do desconhecido, que lhe morde a
orelha com carinho. Entre beijos provocantes e gemidos, os dois fazem sexo em
plena luz do dia, onde as paredes se tornam testemunhas daquele cenário de puro
fogo e tesão.
Cansados em cima daquela cama e dentro
daquele quarto abafado, Suzi sai da cama completamente nua e deixa o rapaz
exausto, e ainda por cima excitado, sobre os lençóis.
– Caralho! Que foda foi essa?
– Gostou? – Ela pergunta ao olhar pra cara
dele e acende um cigarro.
– Nossa! E você ainda pergunta? Olha o
estado que me deixou! – E ele aponta para o seu pintassilgo.
– Que bom pra você! Amei o seu brinquedo.
– Volta pra cama, vem!
– Calma. Muita calma! Vou ao banheiro fazer um
xixi e já volto.
– Tá! Vem que o seu homem tá te esperando.
– Só que o meu homem vai ter que sair daqui
a pouco. Tenho compromissos, meu lindo!
– Vou poder te ver mais vezes?
Suzi sorri com a pergunta dele,
debochadamente e responde:
– Veremos!
Dinorah decide contar tudo o que sabe a
Matt.
– Eu conheci Regina na escola. Fomos amigas
na adolescência. Ela era uma pessoa muito importante pra mim, senhor policial.
– Importante como?
– Ela me
ajudou muito na época que eu estava grávida de minha filha Brendha. Ela me apoiou e me fez mudar de ideia a
respeito de um possível aborto que eu pretendia fazer no passado. Senhor
policial, se não fosse pela Regina,
eu não teria a minha filha hoje. Meu ex-namorado me largou grávida e nem quis saber da criança que eu esperava.
Regina mudou a minha vida e a da minha filha.
– Entendo! Como
você via o casamento de sua amiga?
– Eles se amavam muito. Regina e Feliciano
eram muito próximos um do outro. Tinham uma relação sem brigas.
– Segundo Olivier e Juliet, o casamento dos
dois não ia muito bem.
– Olivier sempre amou Regina, desde que
tiveram um caso no passado. Ele jamais suportou a ideia de perdê-la pra
Feliciano. Quanto á Juliet, ela amava muito a sobrinha e não gostava de
Feliciano, porque achava que ele á maltratava e á agredia fisicamente.
Policial, não era isso o que acontecia naquela casa. Era o contrário de tudo
isso que os dois vieram a falar ao senhor.
– Mas por que houve a separação? Algum
motivo tinha pra tal fato acontecer, né?
– Regina se separou de Feliciano porque ela
foi flagrada em ato de traição. Feliciano descobriu que Regina e Olivier
estavam tendo um romance escondido, ou seja, o caso que os dois tiveram no
passado havia voltado novamente.
– E por que Feliciano não pediu a separação?
– Talvez porque a amava muito. Mas Regina era
teimosa e ela percebendo que cometera um erro grave e com medo de ser exposta,
ela mesma pediu a separação, sem nada em troca. Mas Feliciano não queria dar o
divórcio e ela pediu auxílio da justiça.
– Qual foi a última vez que viu Regina?
– Dois dias antes. Ela estava feliz que tinha
arrumado um emprego novo e que a sua vida melhoraria a partir desse ano.
– Ela tinha algum plano para este ano?
– Sim. Tinha muitos, inclusive o desejo de
trocar o seu carro por um mais novo.
– Foi bom você tocar nesse assunto do carro.
Regina fez autoescola ou ela aprendeu a dirigir com alguém?
– Ela fez autoescola, que foi pago pelo
próprio marido.
– E quanto ao condomínio, onde ela alugava
um apartamento?
– Também era pago por Feliciano. Ele estava
se responsabilizando por tudo. As contas que ela tinha eram pagas por ele até
hoje, após a separação.
– Então, consideramos que Regina era uma
mulher de sorte. O ex-marido ainda se compromete a pagar o seu apartamento e
suas dívidas.
– Ele é uma pessoa muito boa. Só Regina que
não soube enxergar isso.
– Feliciano lhe deixava visitar Regina?
– Claro, senhor policial! Ele não impedia
ninguém de vê-la. O único que não tinha muita afinidade com ele é Olivier, que
não frequentava a casa, por causa do seu romance com Regina. – diz ela, séria.
Matt fica pensativo por alguns instantes e
agradece pelo depoimento. O policial pede à mulher que não se ausente da cidade
por motivos investigativos e ela fica séria.
Mais tarde, acontece o funeral de Regina
Winston. Todos estão presentes, inclusive Matt e o delegado Smith. Juliet fica
em estado de prantos e Olivier a conforta. Dinorah fica em silêncio e Justine é
a última a chegar. De repente, Feliciano os encontram e sente a perda da
ex-mulher. Ao lado do caixão da vítima, ele pronuncia algumas palavras de afeto
e abaixa a cabeça, deixando uma flor. Juliet se aproxima dele e fica séria.
Assim, ele se afasta e se senta junto com os convidados no banco. O padre
começa a fazer um discurso sobre Regina. Matt encara pra Smith e o delegado
fala algo.
– Parece que o escritor chegou numa hora boa
ne? – Comenta Sr. Smith.
Matt apenas faz um aceno com a cabeça de
forma positiva.
Brendha emociona a todos com um poema em
homenagem à Regina. Do outro lado da esquina, Suzi assiste a cena e decide
fazer uma ligação.
– Já está acontecendo! – Ela avisa.
– Ótimo! Mantenha posição e fique alerta.
Qualquer coisa, me liga de volta! – A voz diz, em tom moderado.
Depois do funeral, Matt encontra Smith no
carro e os dois conversam sobre o caso.
– Alguma novidade, Matt? – pergunta Smith.
– Nada de concreto ainda. Apenas versões que
me deixam com certas dúvidas.
– Mas você sabia que este caso não seria fácil,
Matt!
– Sim. Eu imaginava isso, Sr. Smith. Creio
que existe um fato revelador no meio de tantas suposições, mas no momento eu
não sei dizer o que se trata.
– Entre verdades e mentiras, o fato é que
Regina está morta devido a um acidente que foi planejado e todos são suspeitos,
Matt!
– É verdade, Sr. Smith! Todos são suspeitos
e eu vou achar o culpado ou culpada da morte de Regina. – diz Matt, convencido.
- Custe o que custar!
Assim que todos vão embora inclusive Matt,
Suzi se aproxima da lápide de Regina de óculos escuros e deixa uma rosa
próxima. Ela se retira alguns minutos depois.
Á noite surge, ela abre a janela do seu
apartamento e vê a lua tão brilhante e clara no céu escuro e pouco estrelado.
Ela tira a camisola e se despe, ficando completamente nua. Em seguida, liga o
abajur e se deita na cama. O telefone celular toca e ela atende.
– Oi!
– Já está deitada? – pergunta a voz do outro
lado da linha.
– Sim. – Ela responde.
– Que pena! Eu iria convidá-la pra sair.
– Deixa pra próxima!
– Vai ficar me
devendo, hein?
– Não se preocupe! Eu vou saber lhe pagar
direitinho. – Provoca ela.
– Qual a cor da calcinha que usa hoje? – Ele
pergunta.
– Que calcinha? – Ela fala de um jeito
totalmente descontraído.
– Danadinha! – Ele diz, sorrindo.
No dia seguinte, Suzi decide ir à portaria
pra falar com o porteiro Serapião e encontra Matt pedindo-lhe as chaves do
apartamento de Regina. Ela fica surpresa e ao mesmo tempo, curiosa. Os dois se
esbarram.
– Oi, Suzi! – diz Matt, a cumprimentando.
– Oi, Matt! Que bom revê-lo outra vez! – Ela
diz.
Serapião entrega as chaves á Matt e diz:
– Você pode ir agora, senhor policial!
– Obrigado, Serapião! – Ele agradece.
– Então, quer dizer que você é policial? – interfere Suzi.
– Sim. – Responde ele, gentil.
– Eu sabia que existia alguma coisa em você.
Você é tão forte, tão sexy! Imaginei que gostava de se envolver em perigo e de
ajudar as pessoas ao seu redor. – Ela diz, num tom suave e delicado.
– Eu sou policial desde os vinte e dois anos
de idade. Me formei cedo na corporação.
– Hum. – Ela diz. – Mas deve ser arriscado a sua profissão, né?
– Bastante. Trabalho como policial
investigativo. Estou num caso novo agora. Tenho que solucionar o assassinato de
Regina Winston, uma pessoa conhecida na cidade, que fatalmente foi encontrada
morta num trágico acidente de carro próximo a ponte da região.
– Entendi, Matt! Mas sem querer, eu ouvi que
neste condomínio Regina fora hospedada em um apartamento.
– Pois é! É a segunda vez que apareço por
aqui e talvez eu possa encontrar informações a respeito da vítima. Você
conhecia Regina? – Ele pergunta, curioso.
– Não pessoalmente. Eu só a conhecia por
fotos e por televisão mesmo. Ela era esposa de Feliciano, um escritor famoso,
né?
– Exatamente, Suzi! E você o que faz? –
pergunta Matt.
– Sou decoradora de imóveis. É um trabalho bem
interessante e mais divertido.
– Hum. Bem interessante mesmo! Agora,
preciso ir! A gente se vê!
Suzi se despede do rapaz e decide folhear
uma revista que estava em cima do balcão.
– Posso ajudá-la? – pergunta Serapião.
– Ah, claro! Eu gostaria de saber se alguma
encomenda chegou em meu nome nestes dias? – Ela o interroga.
– Ah, sim! Vou verificar pra senhorita! Como
se chama?
– Suzi Vielmont. - Responde ela.
Ele sai pra verificar, enquanto ela o
aguarda.
– Aqui está, senhorita Suzi! – Ele entrega
um pacote lacrado.
– Obrigada! Agora, me tira uma dúvida!
– Pode falar! – O porteiro diz.
– Qual é o número do apartamento de Regina?
– Posso saber o que se trata?
– Eu esqueci de falar com o policial um
assunto importante. Preciso vê-lo!
– Ah, claro! É o apartamento 384, senhorita
Suzi!
– Mais uma vez, muito obrigada e bom
serviço! – Ela responde e sai, o deixando fascinado com tanta simpatia.
Christine vai à delegacia local e encontra
Smith em sua sala.
– Christine, é um prazer vê-la aqui! Mas
quanto tempo, hein?
– Oi, Sr. Smith! O Matt se encontra?
– Não. Ele foi ao apartamento de Regina. O
seu marido está disposto a resolver logo o caso.
– Eu imagino. – Ela diz, com uma expressão
nada feliz.
– Aceita um café? – Ele oferece.
– Claro! – Ela pega o copo de café das mãos
dele e agradece.
– Matt me
disse que você não está feliz com o trabalho dele.
– E não estou mesmo, Sr. Smith! Eu sei que o
meu marido é um bom policial e todos os casos que ele pega, ele resolve numa
boa, mas o fato é que eu estou cansada de viver assim. Sr. Smith, Matt tem um
filho agora e o Renan precisa de um pai presente. Matt não está tendo tempo nem
para o filho dele.
– Eu sei que é complicado, Christine, mas
Matt é um bom profissional e não tinha outra opção a não ser chamá-lo pra este
caso.
– Às vezes, parece que você está contra mim e
a favor dele sempre.
– Você sabe perfeitamente que não é bem
assim! Somos bons amigos e eu sei que ele tem obrigações. Eu reconheço o
profissionalismo dele!
– Me desculpe, Sr. Smith! É que a minha vida
está um caos atualmente.
– Christine, se você estiver agindo assim,
não será eu o culpado pelo fim do seu casamento. Você precisa aceitar o
trabalho de Matt, porque se isso continuar, eu sinto muito lhe dizer isso, mas
o Matt não vai aguentar. Ele vai se afastar de você, nem que seja aos poucos.
Christine fica em silêncio ao ouvir aquilo.
Dinorah termina de arrumar as coisas e
decide sair da casa. Brendha já estava lá fora à sua espera. Assim que apaga as
luzes e tranca a porta, alguém a surpreende por trás e dá um golpe de mão
fechada em suas costas. Ela cai, inconsciente e a pessoa a coloca sentada
próximo da parede. Em seguida, revira os móveis todos. Dinorah volta a si e
fica confusa ao ver o desconhecido em sua frente. Antes que ela gritasse, ele a
detém e tapa-lhe a boca.
– O que disse ao policial? – Ele a
interroga.
– Eu não disse nada. – Ela responde, assim
que ele tira a mão um pouco da boca dela. – O que quer comigo?
– Eu sinto muito, mas você não vai poder ver
quem é o assassino de sua amiga Regina. – Ele mostra-lhe um canivete.
– Não faça isso! – Ela se desespera aflita.
– Eu tenho uma filha! Ela precisa de mim.
– Dane-se você e sua filha!
Apenas um grito ecoa pela redondeza.
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