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Quarto Capítulo de Atração Fatal

Pelas ruas da cidade, Anderson tenta ser veloz no volante a fim de distrair o carro que lhe segue apressadamente. 

O Corsa se aproxima do seu Siena e choca o pará-choque traseiro, fazendo com que Anderson fique irritado.

– Mas que droga!

Do outro carro, Suzi vibra por dentro.

– Você não vai escapar, não! – Ela pensa.

Anderson decide seguir na direção leste e ruma direto pra uma ferrovia. Suzi percebe que não é uma boa ideia manter velocidade e Anderson, preocupado com o que poderia acontecer se o pegasse vivo, percebe que o trem estava próximo de seu rumo. Confiante de que podia atravessar o caminho do trem, ele não reduz a velocidade, fazendo com que Suzi sacasse o revólver e atirasse em um dos pneus. O Siena fica em estado de extremo perigo e Anderson não consegue controlar o veículo, que gira e freia com o pneu furado.  O carro dele se choca contra o trem em alta velocidade e é arrastado pela trilha afora. Suzi finalmente pára o carro e se alegra ao ver a cena.

– Missão cumprida! Agora, você não atrapalha mais!

E ela dá ré no carro e parte em imediato, abandonando toda aquela chama nos trilhos.


Velocidade Máxima

Matt dorme tranquilo pela manhã quando o telefone toca. Christine resolve atender e o chama.

– O que foi, amor? – pergunta Matt, acordando.

– É importante! É o Sr. Smith no telefone. – Ela avisa.

– Aconteceu algo, Sr. Smith? – Ele pega o telefone das mãos da esposa.

– Oi, Matt! Desculpe ter lhe incomodado. É que houve um fato que você não vai gostar muito, caro amigo.

Matt fica apreensivo e pergunta:

– O que houve, Sr. Smith? Diga!

– É sobre o Anderson. Ele acabou de falecer! Matt fica irritado e Christine fica confusa.

– O que houve, Matt? – Ela pergunta agoniada.

– Sr. Smith, como aconteceu? – Questiona Matt, fazendo silêncio a esposa.

– O carro dele se chocou contra um trem, Matt! Estamos suspeitando de um suicídio. – revela o delegado.

Matt fica sem palavras.

 

No local, os policiais apuram o acidente de Anderson.

– Eu quero que a polícia fique alerta! Devemos manter a segurança de todos os suspeitos. – Se revolta Matt. – Assim é impossível resolvermos o caso.

– Matt, os meus policiais estão fazendo a segurança de cada um deles. – diz Smith, pacífico.

– Não é o que parece, Sr. Smith! Já perdemos dois suspeitos do círculo de amizade de Regina, sem contar que também perdemos a própria. Está na hora de agirmos antes que mais alguém morra!

– E o que você quer que eu faça, Matt! Os meus homens estão espalhados pela redondeza, sempre à nossa disposição. Você é o responsável pelo caso!

– Eu reconheço que sou o responsável, mas não sou o único que posso detê-lo. Eu preciso contar com auxílio da polícia, Sr. Smith!

– Tudo bem. Eu vou tentar fazer o possível pra contornar essa situação.

– Não se deve fazer só o possível e sim também o impossível, Sr. Smith. – Ele sai chateado e o delegado fica em silêncio.

 

Mais tarde, Suzi lê um livro, quando a campainha é soada. Ela atende.

– Oi, você por aqui? – Ela pergunta ao vê-lo na porta. – Sentiu minha falta?

Matt não responde e a beija nos lábios ardentemente, fechando a porta. Suzi retribui seus beijos e não hesita tocar seu corpo fortemente. Envoltos num jogo de sedução e desejo proibido, os dois se entregam novamente um ao outro.

Horas depois, Matt se encontra com a cabeça baixa e Suzi acorda, por entre os lençóis desarrumados.

– Você está bem? Eu nunca tive uma transa tão boa assim! – Ela revela, envolvida por um lençol.

– Essa foi a segunda e a última, Suzi! – Ele diz.

– Você não gostou, Matt? O que eu fiz de errado?

– O problema não é você. Sou eu mesmo, Suzi! Eu tenho família. Tenho uma esposa e um filho. O meu trabalho deve estar me deixando louco. Só pode!

– Eu entendo, Matt! Eu não quero me tornar um empecilho em sua vida. Se você deseja parar por aqui, eu vou entender!

– Eu amo muito a minha esposa, Suzi! Eu não sei o que está havendo comigo que eu não consigo me controlar quando estou perto de você. Você é linda, maravilhosa na cama, mas eu preciso parar! Eu preciso me controlar mais.

– Matt, talvez no seu coração, algo lhe diz pra você não desistir. Eu quero muito ficar com você. Quem sabe, o destino não está lhe dando essa oportunidade. Veja bem: você e eu nos damos bem. Não foi por acaso que nos conhecemos, Matt!

– Eu preciso ir, Suzi! A minha cabeça está explodindo por dentro. Eu preciso voltar pra casa.
Noite foi Boa

Suzi o abraça fortemente e diz:

- Fica mais um pouco, Matt! Eu quero sentir o seu corpo, os seus lábios. Eu quero ficar mais alguns minutos com você!

Matt vira-se a Suzi e o beija nos lábios. Depois, se afasta e diz:

– Eu preciso ir agora! A nossa relação termina aqui, Suzi!

– Se você diz, o que eu posso fazer, Matt? Só me resta ficar em silêncio. Espero que você esteja tomando a decisão certa.

Matt se levanta e coloca a camisa. Depois, veste a cueca e a calça e põe os sapatos. De repente, o telefone toca e ele atende:

– Oi, Christine! O que houve?

Suzi se sente magoada e vira-se pra cabeceira.

– Matt, eu só te liguei pra saber se você vai pegar o Renan na escola. Já passou das três da tarde.

– Caramba! Meu amor, eu esqueci do Renan! – Ele fica agoniado.

– Matt! Onde você está com a cabeça? Seu filho iria sair cedo hoje da escola. Parece que eram duas e meia. Se você não tiver condições, eu vou entender. Eu vou tentar sair do supermercado agora pra poder buscá-lo. – diz Christine angustiada.

– Não vai ser necessário. Eu vou pegá-lo na escola. Em meia hora, estou chegando lá. – Avisa Matt e desliga. – Tenho que ir!

Suzi se levanta e abre a porta pra Matt sair.

– Então, é a nossa despedida?

– Não, Suzi! Vamos nos encontrar sempre, mas como bons amigos que devemos ser a partir de agora.

– Tudo bem. Mas vou te dizer uma coisa: quando você precisar do meu apoio, saiba que eu vou estar aqui sempre à sua espera.

Matt entende o recado e sai porta afora. Suzi fecha a porta.

“Esse já é meu! Vai comer na minha mão”

Ela pensa alegremente.

 

Nesse ínterim, Feliciano recebe a visita de Olivier em sua casa. Ele se surpreende ao vê-lo.

– Confesso que nunca o veria em minha porta.

– Eu sinto muito incomodá-lo, Feliciano, mas eu precisava esclarecer algumas coisas a respeito de tudo que está acontecendo recentemente.

– Você está falando dos assassinatos que andam acontecendo na cidade?

– Exatamente! – diz Olivier. – Não acha muita coincidência o que está havendo com os amigos de sua ex-mulher?

– Sim. Acho! Mas o que está querendo me dizer com essas palavras?

– Eu sei que você tinha fortes motivos de querer ver os amigos de sua ex sumirem da sua vida.

– Não me faça rir, Olivier! Que motivos eu teria de eliminá-los? Pelo que eu sei, motivo maior eu teria com você, pois foi pego em flagrante com minha mulher quando estávamos casados.

– Eu cometi um erro, mas não me arrependo. Você sabe que eu amava Regina e que por ela, eu morreria.

– Claro. Eu sei o quanto você a idolatrava. Mas o fato é que Regina está morta e você não pode me acusar de nada.

– Você a matou, Feliciano! Você a fez sofrer cada segundo. Seu desprezo e sua arrogância a afastaram.

– Olivier, saia da minha casa antes que eu chame a polícia por invasão de domicílio. – diz Feliciano, abrindo a porta. – E não ouse mais me procurar. Você não é bem-vindo aqui!

– Claro. Mas quero que saiba que eu vou estar de olho em cada passo seu. – Ele sai porta afora e Feliciano bate à porta.

 

O desconhecido vibra no telefone ao saber que Suzi cumpriu sua missão.

– Está feliz por eu ter incentivado o Anderson a morrer? – Ela questiona.

– Você fez o que era certo, Suzi! Ele precisava ser eliminado.

– Por quê? – Ela se indaga.

– Existem muitos segredos envolvidos e você vai ficar sabendo de tudo na hora certa. Não posso lhe dizer mais nada!

– Eu quero saber quando vai chegar a minha hora de fazer a coisa certa?

– Hum. Você está se encontrando com o policial?

– Ele decidiu se afastar por um tempo.

– Estou vendo que não anda cumprindo bem as suas obrigações.

– Você sabe que eu sou boa no que faço.

– Não parece! Está deixando o cara se afastar. O que anda havendo com você? Não aguenta mais?

– Olha só: eu já fiz o serviço que você me pediu. Eu segui o Anderson e deixei-o na mira da morte. Agora, não acho que Matt está envolvido.

– Suzi, você está apaixonada por ele?

– Você sabe que eu não me apaixono fácil.

– Entendo! Mas quero lhe dizer algo de suma importância: o seu policial está envolvido nesta história toda, sim! Tem algo que você não sabe, Suzi, mas Matthew é a chave fundamental para os meus negócios.

– Como assim? – Ela fica em dúvida.

O desconhecido sorri com a pergunta.

– Fala, filho da puta! O que você sabe que eu não sei?

– Você não vai conseguir me tirar mais nada. Agora, foca no policial e transe bastante com ele, mas não se apegue.

Enfim, ele desliga.

– Filho da mãe! Eu te odeio, viu? – Ela fica irritada ao perceber que ele não lhe respondera e decide pensar em algo para se aproximar do policial.

 

A noite chega e Matt decide ir à casa de Justine pra fazer-lhe uma visita e tentar obter mais informações a respeito de Regina e seus amigos. Como sempre gentil, ela aceitou prestar seu depoimento ao policial investigativo e ainda, ofereceu-lhe um café bem quente e saboroso. Após três mortes seguidas, o clima não aparentava muito agradável, mesmo assim Justine o recebeu.

– Como você conheceu Regina? – Ele pergunta a ela, que se mantém calma e atenta.

– Eu e Regina éramos amigas da faculdade. Regina cursava pedagogia e eu, educação física. Nos formamos juntas. – diz Justine, cabelos longos negros, olhos verdes claros e corpo magro. Tinha um piercing na sobrancelha direita.

– Hum. E quanto ao Feliciano, como o conheceu?

– Feliciano cursava contabilidade na época e Regina o conheceu na faculdade também. Eu tive o prazer de conhecê-lo na nossa formatura, quando Regina decidiu me apresentar a ele. No início, era muito bom a nossa convivência. Ele era um cara super humorado, divertido e eu achei que ele seria o par perfeito pra Regina. Tanto que ela acabou casando-se com ele, mas depois...

– Depois o quê, Justine? – Ele a interroga.

– Ele se transformou num homem rude, grosseiro. Um ser totalmente diferente do normal. Afastou as amizades da Regina e não queria que ela saísse sem a sua companhia. Policial, Feliciano mudou da água pro vinho depois que soube da traição da esposa com Olivier e com essa situação, achou que eu, Anderson e Dinorah sabíamos de tudo. Eu juro a você que eu não imaginava que Regina pudesse trair o marido. Eu sabia que Olivier era apaixonado por ela, mas jamais soube que eles teriam um caso escondido após o casamento.

– Regina nunca lhe confessou que estava tendo um caso?

– Pra mim, ela não disse nada. Eu soube do caso dela com Olivier, depois que Feliciano e ela tiveram uma briga feia. Ela estava péssima com a situação e não teve coragem de falar a verdade. Mas a tia dela Juliet comentou comigo o que havia acontecido e eu fiquei surpresa. Tentei dialogar com ela, mas ela não me deu ouvidos. Ela ficou em silêncio e jamais tocou no assunto. Eu queria muito ajudá-la, porque a conhecia há anos, mas acho que no fundo, ela não queria falar sobre o assunto. Então, deixei de lado.

– Entendo. Você falou que os dois tiveram uma briga. Depois dessa briga, você acreditou que haveria uma segunda chance de eles voltarem às boas?

– Sinceramente, acreditei sim. Regina gostava de Feliciano embora tivesse atritos com ele de vez em quando. Ela nunca admitia, mas no fundo ela o amava. As brigas que aconteciam sempre acabavam bem. Feliciano nunca lhe agrediu fisicamente. Ele apenas tinha um jeito rude. Mas nunca deixou de cumprir as suas obrigações. Pagava as contas dela e sempre que possível, saía nos finais de semana pra se divertir ao lado da esposa.

– Regina nunca teve filhos. Por quê?

– Porque era uma coisa que Feliciano não gostava. Ele não suportava a ideia de ter um filho ao lado de Regina. Ela desejava muito isso, mas ele não quis. Então, Regina se sentia chateada às vezes por não ter uma criança dentro de casa, pra lhe fazer companhia.

– E então, ela decidiu se relacionar com Olivier pra tentar afastar um pouco a tristeza que sentia?

– Possivelmente, policial! Regina era uma pessoa muito sozinha e Olivier poderia ser o amante perfeito pra ela. Ele era diferente de Feliciano e havia muito carinho entre os dois.

– Fico aqui pensando por que Regina se casou com Feliciano e não, com Olivier já que havia tanto sentimento assim. – diz Matt, colocando a mão na boca pensativo.

– Não sei, Matthew. Nunca entendi o porquê dessa escolha.

– Você chegou a vê-la antes de sua morte?

– Alguns dias antes, sim! Ela estava trabalhando na farmácia e eu fui cumprimentá-la. Conversamos um pouco e ela me disse que estava se sentindo feliz. Tudo parecia normal. Desde que ela se separou de Feliciano, a sua vida tinha sido uma maravilha.

Matt ficava atento a cada detalhe que Justine relatava e anotava em seu caderno. Após o depoimento, ele se despediu da jovem e entregou-lhe um cartão, avisando se existisse algo mais, pra não hesitar em lhe procurá-lo.

Justine agradece e fecha a porta.

– Sr. Smith, quais são as novidades por aí? – pergunta Matt ao telefone.

– As novidades é que a perícia descobriu que Anderson não pode ter sido o responsável pelo acidente na ferrovia. E tenho mais uma informação! Havia um telefone próximo ao volante do carro e ele conversou a poucos minutos antes da situação ocorrer. Graças a Deus, conseguimos analisar a última ligação feita no aparelho através de um rastreador.

– Mas isso é ótimo! E vocês descobriram quem falou com ele antes do acidente?

– Essa é a parte chata. É uma ligação anônima. Não conseguimos saber quem era a pessoa, mas pela conversa, teve uma duração de trinta minutos. Bastante tempo, né pra se dizer o contrário?

– É verdade! Bom, mas mantenha contato. – pede Matt, desligando.

Sem saber que estava sendo seguido por Suzi, Matt volta pra casa e a jovem já encontra uma boa alternativa para se aproximar dele ainda mais.

“Descobri sua casa, amor.”


Descoberta


*Próximo Capítulo: 25/03 (20hs)
Amante da Poesia e Escritor aspirante à Autor de Telenovelas, focado em Marketing, Web Designer, ouvinte de boas músicas e Fã da saga Marvel.

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